Brasil precisa se adequar ao acordo que permite trânsito facilitado entre os países da fronteira| Foto: Ministério do Turismo/Divulgação
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Autoridades de Brasil e Argentina estão buscando uma solução para tornar mais prático e célere o trânsito de pessoas na fronteira entre os dois países pela cidade de Foz do Iguaçu, no oeste do Paraná.

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Uma carta de compromissos entre as duas nações foi assinada por brasileiros e argentinos em agosto, mas houve poucos avanços práticos na implantação de estratégias e propostas para otimizar a infraestrutura e a logística para a livre circulação na fronteira entre Brasill e Argentina.

Em 2019, o Acordo sobre Localidades Fronteiriças Vinculadas (ALFV) foi assinado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, mas apenas os dois últimos colocaram o termo em prática. O acordo, que ainda precisa ser ratificado pelos governos brasileiro e argentino, garante uma série de benefícios aos cidadãos das áreas de fronteira em diversas áreas, como economia, trânsito, trabalho e acesso a serviços públicos de saúde.

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Na carta firmada em Foz do Iguaçu, os representantes do Parlamento do Mercosul (Parlasul) assumiram o compromisso para colocar em prática a adoção do Documento de Trânsito Vicinal Fronteiriço (DTVF). De posse deste documento, um cidadão brasileiro poderá trabalhar em uma empresa argentina com todos os direitos e deveres adotados no país vizinho, e vice-versa.

Entre otros benefícios previstos, estão o atendimento recíproco em estabelecimentos públicos de ensino, em condições de gratuidade, e a passagem por faixas exclusivas para os portadores do DTVF nos postos de controle de fronteira. O acordo prevê que os países signatários do acordo poderão estender a lista a outros direitos, como o atendimento gratuito em estabelecimentos de saúde.

O documento foi assinado pela presidente do Parlasul, a deputada argentina Fabiana Martin; pelo vice-presidente da entidade, deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP); pelo presidente da Associação Comercial e Industrial de Foz do Iguaçu (Acifi), Danilo Vendruscolo; pelo secretário de Turismo de Foz do Iguaçu, André Alliana; e pela representante da OAB/Foz do Iguaçu Victoria Luisa Simão Nachtygal.

Caminhões estão servindo como armazéns na fronteira, diz representante da Acifi

O longo tempo de espera para os caminhões de carga na região foi um dos principais pontos abordados pelo documento. De acordo com o presidente da Acifi, caminhões vêm sendo costumeiramente usados como armazéns na fronteira. Vendruscolo chamou a atenção pelo fato de que os veículos ficam imóveis por dias, em áreas sem condições mínimas de higiene e segurança, expondo os motoristas a riscos de recebimento de multas por descumprimento dos contratos de exportação.

“Há que sentir os problemas da fronteira para compreendê-los e entendê-los. Por isso, acreditamos que este é o fórum adequado para que possamos sair deste encontro com encaminhamentos e ações que facilitem e potencializem as relações comerciais entre os países que compõem o nosso bloco”, comentou.

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Para melhorar essa situação, o pedido ao Parlasul foi por uma simplificação no sistema de trânsito aduaneiro. Para tanto, é preciso que o Brasil ratifique sua adesão ao Sistema de Transporte Internacional Rodoviário (TIR), convenção que conta com Argentina e Uruguai como signatários.

Outra frente abordada pelas discussões no Parlasul foi a necessidade de se aumentar a eficiência na gestão do fluxo de viajantes entre os dois países. A adoção de uma gestão coordenada de fronteiras poderia, de acordo com as discussões, aumentar a colaboração entre as agências de controle fronteiriço.

"Ter problemas de fronteira é porque não fizemos algo bem", diz deputado do Paraguai

O deputado paraguaio Hugo Meza avalia a necessidade urgente de se atingir uma efetividade na diplomacia na Tríplice Fronteira. “Existe uma plena consciência de que precisamos passar das palavras à ação. Devemos passar para a diplomacia parlamentar. Aos 33 anos da assinatura do Tratado do Mercosul, estamos hoje em um mundo globalizado, e ter problemas de fronteira é porque não fizemos algo bem”, avalia.

Para a presidente do Parlasul, Fabiana Martin, a discussão das questões para a região das três fronteiras tem seus méritos. Mas, destaca que é preciso ser realista em relação aos entraves do Mercosul. “Para superar os desafios, necessitamos ser ouvidos e de vontade política, que não estava muito sincronizada na região. Precisamos que escutem as soluções pensadas pelas comunidades”, declarou a deputada argentina.

Já o vice-presidente do Parlasul, Arlindo Chinaglia, disse que o próximo passo após a elaboração da carta é estabelecer prioridades entre as solicitações apresentadas e encaixá-las na pauta do parlamento. “A participação excepcional que resultou num aprendizado individual e coletivo sobre temas complexos, com riqueza de informações. Isso nos mobiliza e estimula.”

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Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]