Em apoio ao governo do Paraná, que resiste a aplicar o reajuste reivindicado pelos servidores públicos, a Associação Comercial do Paraná (ACP) divulgou nesta quarta-feira (10) uma carta na qual defende que o cenário não permite aumento de despesas. “Não é momento de reajuste de vencimentos no setor público, pois o Estado e a sociedade não têm como pagar essa conta”, diz a carta, que é assinada pelo presidente da ACP, Gláucio José Geara.
De acordo com a ACP, entidades que representam os servidores públicos, e que estão à frente da negociação com o Palácio Iguaçu, “irresponsavelmente proclamam que há dinheiro público sobrando”, gerando uma “narrativa fantasiosa”. “A sociedade hoje percebe claramente que o custo e o tamanho do estado é exorbitante, havendo grande diferença entre a remuneração do setor privado com a setor público”, argumenta a carta.
“A ACP chama a atenção que, se não houver agora um rigor extremo no controle das despesas, o panorama que se desenha para o futuro é sombrio e o Paraná entrará no clube das federadas brasileiras altamente comprometidas com déficits fiscais. Os recursos do Fundo de Previdência têm hora marcada para acabar, pois os saques mensais continuam sem qualquer perspectiva de parar”, continua a carta.
Em outro trecho, a ACP também chama a atenção dos demais poderes: “A situação só não é mais grave até agora porque a sociedade paranaense arcou com o ônus de significativo aumento da carga tributária. Ocorre que não existe mais essa possibilidade. O ajuste, agora, só pode ser feito pelo lado das despesas. E isso não é problema exclusivo do Poder Executivo, mas de todos os Poderes – Executivo, Legislativo, Judiciário -, assim como Ministério Público e Tribunal de Contas”.
Na Assembleia Legislativa, todos os projetos de lei que tratam de reajuste salarial só devem ser analisados em agosto.