Mantendo a posição de não negociar com grevistas, o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) convocou a imprensa para anunciar uma proposta de reajuste salarial do funcionalismo, na quarta-feira (3). A coletiva durou pouco mais de sete minutos. No anúncio, Ratinho leu um documento que sintetiza a proposta. Ao fim, agradeceu “aqueles que não entraram em greve, em respeito ao governo do estado e, em especial, em respeito à população” e encerrou sem abrir espaço para perguntas e sem qualquer contato com os jornalistas, separados por um cordão de isolamento da área onde o governador se encontrava.
Coube ao presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSDB) e ao líder do governo, Hussein Bakri (PSD), conversar com a imprensa e defender a proposta. Cópias do documento lido por Ratinho foram distribuídas aos profissionais de imprensa e logo estavam nas mãos de representantes sindicais que se concentravam em frente à sede do governo estadual. A reação foi imediata, com gritos de “vergonha”, “proposta indecente” e “a greve continua”. Na saída, embora não tenha havido ameaça de confronto ou invasão, as portas da frente do Palácio Iguaçu foram fechadas e os jornalistas, orientados por seguranças a sair pelos fundos do prédio.