Em Brasília, a defesa do ex-governador do Paraná Beto Richa (PSDB), capitaneada pelo advogado Walter Bittar, tem atuado em mais de uma frente para tentar barrar a ação penal derivada da Operação Rádio Patrulha, em trâmite na 13ª Vara Criminal de Curitiba e na qual o tucano é réu desde o final do ano passado. A vitória mais recente da defesa saiu na última sexta-feira (2): o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu as primeiras audiências do processo, que aconteceriam ao longo desta semana. Alegou-se (na Rcl 36177) que a defesa não teve acesso a elementos da colaboração premiada dos delatores. Não é a primeira vez que o processo é suspenso - por decisão do ministro João Otávio de Noronha, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), o caso já tinha ficado paralisado entre fevereiro e abril deste ano.
Em outra recente medida judicial (na Rcl 36009), também ao STF, a defesa ainda tenta tirar o caso da Justiça Comum, e transferir para a Justiça Eleitoral – a decisão também cabe a Gilmar Mendes, que ainda não se manifestou.
No STJ, a defesa do tucano ainda acumula duas recentes derrotas ligadas à Operação Rádio Patrulha – nesta segunda-feira (5), a ministra Laurita Vaz indeferiu pedido de liminar de Beto Richa (no HC 523259) para trancar a ação penal. Os advogados argumentavam que a denúncia contra o ex-chefe do Palácio Iguaçu não tinha “substrato mínimo” para ser acolhida. No mês passado, outra ministra do STJ, Maria Thereza de Assis Moura, já havia negado outro pedido de liminar do tucano (no HC 520089) para suspender a mesma ação penal – alegou-se que a troca do juiz do caso trouxe prejuízo. O argumento não foi acolhido.