A estiagem que assola o Paraná desde o fim de 2019 já atinge dois terços do território do estado. Com isso, além do rodízio no fornecimento de água em Curitiba e região metropolitana desde março de 2020, outros seis municípios do interior também estão com racionamento, com abastecimento em dias alternados. Outras 19 cidades do interior estão em situação crítica no abastecimento, segundo a Companhia Paranaense de Abastecimento (Sanepar).
“Temos que reforçar que nos últimos dois anos o Paraná vive uma estiagem severa e precisamos de água em abundância para que possamos recuperar os mananciais e reservatórios”, enfatiza o diretor de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Julio Gonchorosky.
A região Leste, onde está Curitiba, Região Metropolitana e Litoral, até está se recuperando, segundo a Sanepar, com o sistema voltando a subir para 50% da capacidade de captação em setembro. Para o racionamento ser completamente encerrado na capital e municípios vizinhos é preciso que o sistema chegue a 80%. Ou seja, é necessário um volume muito grande água que não deve ser alcançado neste início de primavera, quando a previsão é de que as chuvas fiquem abaixo da média história após um inverno já mais seco que o normal.
No interior, a região mais crítica é a Sudoeste, onde ao menos duas cidades também enfrentam racionamento de água desde 2020 pelo baixo volume nos rios que as abastecem: Santo Antônio do Sudoeste e Pranchita.
A seca impacta não só no abastecimento da população. A agricultura também registra perda de produtividade pela falta de água. A segunda safra anual de feijão, colhida em julho, fechou 48% abaixo do esperado no Paraná, que é líder na produção do grão no Brasil. O impacto é direto no prato do paranaense, que está pagando R$ 2 mais caro no quilo do grão só pelo efeito da estiagem. Já a produção de milho no estado caiu 60% por causa da seca, segundo a Sanepar.