Mais duas cidades do Paraná terão racionamento de água da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) a partir desta semana: Jandaia do Sul e Jardim Alegre, ambas no Vale do Ivaí, Região Norte. Nos dois municípios o racionamento será de 24 horas com água e 24 horas sem abastecimento. Com isso, os efeitos da estiagem, até então mais severos em Curitiba e Região Metropolitana, segue avançando para o interior. Com mais duas cidades, o Paraná passa a ter 18 municípios com rodízio no abastecimento de água, além de 10 cidades em alerta, prestes a também terem racionamento se não chover a curto prazo.
Em Jandaia do Sul, cidade de 22 mil habitantes onde o rodízio passa a valer quarta-feira (25), a estiagem despencou a vazão do Rio Marumbizinho, além do poço e da mina que contribuem no abastecimento. No começo de agosto, a Sanepar colocou em operação um poço emergencial com vazão de 20 mil litros por hora para reforçar o sistema, mas em menos de um mês a vazão já caiu em 30% pela falta de chuva. Já a vazão dos seis poços que abastecem Jardim Alegre, de 11,5 mil habitantes, está 40% abaixo de sua capacidade.
Na grande Curitiba, são 14 cidades com racionamento, incluindo a própria capital, desde março de 2020. Em 11 de agosto, a Sanepar retomou o rodízio mais severo, de 36 horas com água e 36 horas sem abastecimento. A medida foi tomada após o sistema de quatro barragens que abastece a grande Curitiba ficar abaixo de 50% da capacidade. No Sudoeste, as cidades vizinhas de Santo Antônio do Sudoeste e Pranchita também estão com abastecimento de água racionado desde maio de 2020. A suspensão no fornecimento nos bairros das duas cidades é de oito horas a cada quatro dias.
Já as cidades que estão em alerta são Santo Antônio da Platina, Ibaiti, Quatiguá, Siqueira Campos, Carlópolis e Jacarezinho na Região Nordeste; Goioerê, Iretama, Medianeira e Cascavel nas Regiões Oeste/Sudoeste. Em Cascavel, uma das maiores cidades do estado , desde o início do mês, a Sanepar está tendo de captar água do Lago Municipal, um dos principais pontos de lazer do município.
O Paraná está no período normalmente mais seco do ano, em que há mais queimadas, o que agrava anda mais o quadro da crise hídrica. Foram registradas em julho1.505 focos de queimadas no estado - aumento de 125% em relação ao mesmo mês de 2020, quando foram 669 ocorrências. Nos primeiros dias de agosto, as queimadas mais do que dobraram. Foram 674 registros de 1º a 8 de agosto contra 329 no mesmo período do ano passado.