Chama atenção uma nomeação publicada no Diário Oficial da Assembleia Legislativa do Estado do Paraná (Alep) no último dia 28 de junho: trata-se de João Ney Marçal Júnior, que passou a ocupar um cargo comissionado na Diretoria de Tecnologia da Informação da Casa. Marçal Júnior foi diretor financeiro da Alep entre 2015 e início de 2019 – acabou exonerado, em 8 de abril de 2019, cinco dias depois de a Gazeta do Povo revelar que Marçal Júnior respondia, desde outubro de 2018, a uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa, derivada da Operação Quadro Negro, investigação que trata de fraudes e de desvio de dinheiro destinado a obras de escolas.
Marçal Júnior, contudo, voltou a exercer um cargo comissionado na Alep naquele mesmo dia: de acordo com o Diário Oficial de 28 de junho de 2019, ele ganhou o cargo na Diretoria de Tecnologia da Informação já “a partir de 8 de abril de 2019”. No site da Alep, consta que, no mês de maio, o salário bruto de Marçal Júnior foi de R$ 19.708,44 (R$ 18.759,05 do cargo comissionado e R$ 949,39 de benefícios).
Marçal Júnior foi nomeado pela primeira vez para a cadeira de diretor financeiro da Alep, no ano de 2015, por indicação do deputado estadual Plauto Miró (DEM), também implicado na Operação Quadro Negro. Em outubro do ano passado, junto com Plauto Miró e outros, Marçal Júnior se tornou alvo de uma ação civil pública por ato de improbidade administrativa, proposta pelo Ministério Público do Estado do Paraná, e em trâmite na 1ª Vara da Fazenda Pública de Ponta Grossa. No início da atual legislatura, em 2019, ele foi novamente reconduzido ao cargo de diretor financeiro da Casa.
Ainda não há um desfecho na Justiça Estadual – seja pela condenação ou pela absolvição. Marçal Júnior rejeita as acusações do MP e acredita que o caso será julgado improcedente.