Em um levantamento feito pela Gazeta do Povo junto a secretarias estaduais de Saúde de todo o Brasil, o Paraná é, entre aqueles que apresentaram números à reportagem, o estado que mais registrou casos de aplicação trocada de vacinas contra a Covid-19. Até a última sexta-feira (21), quando a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná (Sesa) contabilizou os números, 103 pacientes haviam tomado a vacina Coronavac/Butantan na primeira aplicação e AstraZeneca/Fiocruz na segunda aplicação – e vice-versa. Em seguida vêm os estados do Espírito Santo, com 69 trocas, e Santa Catarina, com 60 ocorrências.
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As respostas fornecidas pelas secretarias mostram que não há uma uniformidade em relação ao tratamento dado nos casos de trocas de vacinas. Estados como São Paulo, Bahia e Rio Grande do Sul não contabilizam os dados por não tratarem as trocas como eventos adversos.
Quando a troca de vacinas é identificada, a postura entre os gestores estaduais também é diferente. No Paraná, assim como no Espírito Santo e em Rio Grande do Sul, quem tomou duas doses de duas vacinas diferentes é considerado imunizado. Já catarinenses e baianos seguem o recomendado pelo Ministério da Saúde, que é desconsiderar a segunda dose e fazer uma nova aplicação do imunizante tomado na primeira etapa da campanha.
Procurada pela Gazeta do Povo, a Secretaria Estadual de Saúde do Paraná não forneceu mais explicações sobre o fato de não aplicarem uma nova segunda dose nos pacientes, nem esclareceu por que o estado tem tantos casos de vacinas trocadas. O Ministério da Saúde também não respondeu a reportagem sobre as trocas de vacinas, quais procedimentos devem ser tomados e o que tem sido feito para evitar esse problema.