O principal delator da Operação Quadro Negro, Maurício Fanini deixou a prisão na madrugada deste sábado (6), após 22 meses na carceragem da Polícia Federal em Curitiba. A soltura neste momento foi definida no acordo de colaboração premiada que ele firmou com o Ministério Público do Paraná. Fanini seguirá para prisão domiciliar, com o uso de tornozeleira eletrônica, por mais 14 meses.
Segundo a defesa do delator, Fanini "continuará cooperando de forma ampla e irrestrita com a Justiça, sempre narrando às autoridades apenas a verdade". Por meio de nota, o advogado Tracy Reinaldet afirma que "em sua cooperação com a Justiça, Maurício Fanini contou ao Ministério Público a verdade e apresentou inúmeras provas que comprovam o que foi por ele dito: documentos, extratos bancários, fotos, agendas e até gravações. Foi por tal motivo que o Tribunal de Justiça do Paraná homologou seu acordo de colaboração, o qual prevê sua soltura na data de hoje."
Os benefícios previstos devem alcançar todas as seis ações penais nas quais ele é réu na Quadro Negro, investigação que desde 2015 mira desvio de dinheiro a partir de contratos entre empresas e o governo do Paraná para construção e reforma de escolas. Fanini foi diretor de Engenharia, Projetos e Orçamentos da Superintendência de Desenvolvimento Educacional (Sude), braço da Secretaria da Educação, entre 2011 e 2014. Foi ele quem apontou o ex-governador Beto Richa (PSDB) como principal beneficiário do esquema de corrupção. O tucano também é réu no âmbito da operação, em outros três processos, e tem dito que Fanini mente, apenas para obter os benefícios do acordo de colaboração.