O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) disse na manhã desta terça-feira (10) que não poderia falar sobre a possibilidade de erro de cálculo nos contratos de pedágio do Paraná por “não ter visto profundamente os estudos”. Como a Gazeta do Povo mostrou com exclusividade, a Agência Reguladora de Serviços Delegados do Paraná (Agepar) encontrou indícios de falha na forma como as contas foram efetuadas desde o início das concessões, em 1997, e determinou que o trabalho seja refeito pelo Departamento de Estradas de Rodagem (DER).
Segundo estimativas preliminares da agência, caso o erro tenha mesmo ocorrido, as concessionárias teriam arrecadado um montante superior a R$ 3 bilhões a mais dos usuários. Nesta manhã, questionado pela Gazeta do Povo, o governador não quis falar sobre o tema em si, mas ressaltou que sua gestão trabalha para reestruturar a Agepar. “Estamos fazendo um estudo, que vamos encaminhar para a Assembleia ainda neste mês de setembro, para remodelá-la”, disse. “A ideia é modernizá-la para que ela possa ter independência e não ter mais influência política.”
A fiscalização dos contratos de pedágio ficou, ao longo da maior parte da concessão, a cargo do DER. A Agepar, agência reguladora, foi formalmente criada em 2011, mas só recentemente passou a regular os contratos de pedágio e de outros serviços delegados, como água e esgoto e transporte público intermunicipal. A possibilidade de erro nos valores do pedágio foi levantada por Thiago Petchak Gomes, gerente de Regulação Econômica e Financeira da Agepar, economista aprovado no concurso feito pela agência no ano passado.