Enquanto estados como o Rio Grande do Sul comemoram a boa expectativa da safra de grãos, no Paraná, há certa apreensão. É que o clima de setembro, seco, sem muita chuva, influenciou negativamente o plantio de soja, um dos principais produtos da economia paranaense. Segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) do Paraná, o plantio da safra 2019/20 está atrasado - são 540 mil hectares plantados, apenas 10% da área estimada para o ciclo. No mesmo período do ano passado, já havia sido plantado 1,6 milhão de hectares de soja.
Não é a primeira cultura a patinar. O trigo sofreu com geadas de julho e seca de meses seguintes e derrubou as estimativas de colheita: de 3,2 milhões de toneladas para 2,7 milhões. Apesar dos números ruins, os analistas apontam que é cedo para prever o efeito na economia do estado -- o Paraná abastece 60% do mercado nacional com este produto e deverá sofrer a concorrência do importado, que está abundante no mundo e deverá irrigar o mercado brasileiro.
Com a soja, o efeito deverá ser menos intenso, já que a estimativa é de uma produção maior do que a do ano passado, ainda que afetada pelas condições climáticas: 19,8 milhões de toneladas (23% a mais que a safra de 2018/2019).