Uma câmera que identifica calor auxilia nas buscas por sobreviventes do deslizamento de terra na BR-376 em Guaratuba, no litoral do Paraná. No entanto, o Governo do Estado informou nesta quarta-feira (30) que o equipamento ainda não encontrou sinal de vida no local. A estimativa das autoridades é que cerca de 30 pessoas estejam soterradas. Duas mortes já foram confirmadas e uma delas, identificada.
Segundo o comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Vasco, equipes de resgate seguem na área afetada pelo deslizamento desde o início dos atendimentos, na noite de segunda-feira (28). Por lá, 54 bombeiros atuam na região com auxílio de drones e de cães treinados.
Também são utilizados guinchos e retroescavadeiras para retirada da lama. No entanto, a quantidade desses equipamentos é pequena devido ao risco de desabamento da pista.
“Há previsão de aumento no volume de chuvas. Então, a situação na área, que já é de risco, tende a piorar nos próximos dias”
Comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Manoel Vasco
Na última madrugada, por exemplo, o trabalho precisou ser suspenso por conta das chuvas na região e foi retomado durante a manhã. Agora, segue com equipes dos bombeiros atuando durante o dia e com o Grupo de Operações Socorro Tático (Gost), que é altamente especializada (também dos bombeiros), trabalhando no período da noite.
Ainda segundo o Corpo de Bombeiros, estima-se que 10 veículos e seis carretas foram arrastados pela lama. Quatro deles já foram retirados do local: três carros de passeio e um caminhão que estavam posicionados em áreas de menor risco.
Dez novos pontos de deslizamento foram identificados
No entanto, a Coordenadoria Estadual da Defesa Civil informa que a retirada dos outros veículos precisará de muita cautela, pois engenheiros e geólogos que avaliam a área do deslizamento já identificaram pelo menos dez pontos de deslocamento de terra em locais próximos ao km 669 da BR-376.
Além do terreno instável, a retirada de cada veículo também precisa ser analisada criteriosamente. Uma das carretas, por exemplo, está funcionando como arrimo, segurando parte da terra que deslizou e evitando um novo desmoronamento no local.
Parte dos veículos também está caída na ribanceira ao lado da pista e, segundo o Governo do Estado, equipes de trabalho se dividem entre a parte superior da via e essa área lateral de difícil acesso.
Não há previsão de liberação na BR-376
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), esse é o maior evento trágico na BR-376 desde 2011, quando também houve uma queda de barreira na região, e a dificuldade do trabalho faz com que não exista previsão de data para desobstrução da pista.
"Sabemos da necessidade de circulação, mas isso só vai acontecer com segurança e com aval dos técnicos".
Superintendente da PRF no Paraná, Antonio Paim
Os bloqueios na BR-376 ocorrem na praça de pedágio em São José dos Pinhais (sentido Santa Catarina), no km 635, e em Garuva (sentido Curitiba), no km 1, locais em que há possibilidade de retorno para que ninguém fique preso na rodovia enquanto a pista não for liberada.
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