Algumas prefeituras que questionam o decreto de quarentena restritiva assinado pelo governador Ratinho Junior na terça-feira (30) têm argumentos epidemiológicos para a rebeldia. Em Cascavel (Oeste), Londrina (Norte) e Cornélio Procópio (Norte Pioneiro), o número de casos ativos é menor do que o registrado em 20 de junho. Isto é, há menos pessoas em condição de transmitir o vírus e menos demanda por internamento hospitalar. Essas três cidades recorreram para o governo estadual rever a decisão. Em São José dos Pinhais, na região metropolitana, também há menos casos ativos, mas a prefeitura acatou o decreto.
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Os casos ativos levam em conta o total de confirmações, o número de pessoas recuperadas – que possuem um grau de imunidade contra o coronavírus – e o total de mortes. Essa contabilidade é importante porque, em um cenário de ampliação de testagem, mais testes confirmados nem sempre indicam piora do quadro epidemiológico. Os testes sorológicos, por exemplo, podem mostrar a presença de anticorpos, indicando que a pessoa teve contato com o vírus, mas que já está recuperada. A Gazeta do Povo mostrou a situação dos municípios entre 20 e 21 de junho em uma reportagem sobre casos recuperados.
O governo estadual incluiu sete regionais de saúde no decreto da quarentena: Curitiba e região metropolitana; Cascavel; Londrina; Toledo; Foz do Iguaçu; Cornélio Procópio e Cianorte. Segundo a Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), a inclusão das sete regionais leva em conta um cálculo epidemiológico que considera a taxa de incidência por 100 mil habitantes, o número de mortes pela mesma faixa populacional e a ocupação de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTIs) nas quatro macrorregionais de Saúde (Leste, Oeste, Norte e Noroeste). Elas operam em rede: se há lotação hospitalar em alguma cidade, um paciente é levado para algum estabelecimento em uma mesma regional ou em uma mesma macrorregional.
Cascavel é sede da 10ª Regional de Saúde e já tem 3.142 casos confirmados de coronavírus. O número representa uma alta de 80% em relação aos 1.739 casos de 20 de junho, mas atualmente há menos pessoas com vírus ativo. Eram 576 e agora são 391. A ocupação hospitalar naquele dia estava em 79% em Cascavel, e atualmente está em 83%, mas em tendência de queda, após bater em 97% em 23 de junho. O número de óbitos passou de 29 para 54, mas a taxa de letalidade (mortes em relação ao total de casos confirmados) está estável em 1,7%.
Em Londrina, sede da 17ª Regional, o número de casos confirmados de coronavírus aumentou 28%, passando de 1.070 casos em 20 de junho para 1.370 nesta quinta-feira. Mas o número de recuperados subiu mais (69%) e com isso os casos ativos caíram de 363 para 196. Entretanto, as mortes subiram de 62 para 83, e a taxa de letalidade também, de 5,8% para 6,1%. A taxa de ocupação dos 86 leitos de UTI exclusivos Covid-19 estava em 61% em 24 de junho, e agora está em 57%.
Em Cornélio Procópio, sede da 18ª Região de Saúde, o número de casos confirmados passou de 222 em 20 de junho para 252 nesta quinta-feira (1º), alta de 13,5%. Mas o número de recuperados aumentou mais, proporcionalmente, e o total de casos ativos caiu de 64 para 29. Eram 14 óbitos, e de lá para cá houve acréscimo de uma morte no município, chegando a 15. Com isso, a letalidade caiu de 6,3% para 6%. O boletim da Sesa de leitos hospitalares indica ocupação atual de 70% nas UTIs Covid-19 no município. Em 24 de junho, por exemplo, a ocupação estava em 90%.
São José dos Pinhais, que faz parte da 2ª Regional de Saúde, teve um acréscimo de 38% no número de casos desde 20 de junho, chegando a 495 nesta quinta-feira. Entretanto, o número de casos ativos caiu de 69 para 53 – pelo aumento nos casos recuperados e também pelo acréscimo de óbitos: passou de 18 para 32. A letalidade aumentou de 3,7% para 4,7%. O município acatou o decreto estadual sem contestações.
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