Com o cenário mais grave em todo o Paraná na crise da lotação de leitos de Covid-19, a prefeitura de Cascavel vai receber uma carga extra de vacinas enviadas pelo Ministério da Saúde e solicitou ao governo do estado a transferência de pacientes para outras cidades. O município alerta para a iminência de ter que manter pacientes em ambulâncias por falta de vagas nos hospitais se não for encontrada uma solução para a superlotação de leitos. Algumas famílias cascavelenses estão preferindo manter seus entes infectados com bombas de oxigênio em casa para não ter que ir para os hospitais superlotados.
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"A situação é desesperadora", resume o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) em entrevista ao jornal Meio Dia Paraná, da RPC. A Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) montou uma força-tarefa para ativar mais 32 leitos de Covid-19 na cidade ainda nesta semana, sendo 22 de terapia intensiva e 10 de enfermaria.
Nesta quarta-feira (4), o Ministério da Saúde enviou à Sesa 146,8 mil doses de Coronavac para serem distribuídas para todos os municípios paranaenses. Entretanto, 6 mil doses desse total serão enviadas exclusivamente para Cascavel ainda nesta quarta.
Além disso, o ministério também enviou na terça-feira 15 respiradores para serem usados na abertura de mais vagas de UTI na cidade. Nesta quinta-feira (3), o ministro da saúde, general Eduardo Pazuello, vai à cidade discutir com o prefeito Leonaldo Paranhos medidas para o sistema de saúde municipal não colapsar de vez.
A Secretaria Municipal de Saúde de Cascavel já está tendo que transferir pacientes para cidades vizinhas. Entretanto, como praticamente todos os hospitais da Região Oeste estão sobrecarregados, a prefeitura pede agora que os doentes sejam transferidos para outras regionais de Saúde da Sesa.
“Estamos solicitando ao governo do estado a transferência urgente de pacientes das UPAs, uma vez que o atendimento no município chegou ao limite. Estamos na iminência de ter que reter as ambulâncias do Samu para garantir os atendimentos que já estão dentro das unidades”, alerta o secretário municipal de Saúde Thiago Stefanello.
Recepção vira enfermaria
Na noite de terça, Cascavel sentiu mais um impacto forte do avanço acelerado do coronavírus. Após o Hospital de Retaguarda deixar de receber pacientes com Covid-19 no fim da manhã por estar superlotado, por volta das 22 h foi a vez da UPA do Brasília, a maior do município, que desde a semana passada só atendia pacientes com Covid-19, deixar de receber mais pacientes pelo mesmo motivo.
A superlotação da UPA é tamanha que não só os corredores, mas também a recepção da unidade teve de ser improvisada como enfermaria, com pacientes em macas.
Já o Hospital de Retaguarda, referência no tratamento de Covid-19 em toda a Região Oeste, já colapsou no domingo (28), quando a diretoria chegou a emprestar do zoológico um respirador e bombas de infusão (que leva o remédio do soro até o braço do paciente) por não ter mais equipamentos para atender os pacientes.
Terça-feira, o Hospital de Retaguarda deixou de internar mais pacientes. A unidade estava com 26 pacientes além da sua capacidade de 48 leitos, que é de 28 vagas de enfermaria e 20 de UTI.
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