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Casos de dengue disparam no Paraná
Mosquito Aedes aegypti é responsável por transmitir dengue; doença chegou a mais de 21 mil casos confirmados de julho de 2022 até agora| Foto: Divulgação/Sesa

Após passar alguns dias trabalhando em Foz do Iguaçu no início de abril, Nilo Valesko, teve uma febre repentina, acompanhada de dores no corpo. Lá mesmo buscou atendimento em uma Unidade de Saúde e o diagnóstico veio: ele havia contraído dengue. Já Cristiane Vieira percebeu que estava com algumas manchas vermelhas na pele, buscou atendimento médico e, após receber o diagnóstico de uma simples virose, descobriu que também estava com a doença. Os dois são exemplos de casos que refletem o aumento da dengue no Paraná, que vem sendo registrado, principalmente, nas últimas três semanas e chegou a 21.406 casos confirmados no estado.

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Os dados foram computados no acumulado desde 31 de julho de 2022, quando se considera o início do ano epidemiológico. “O Paraná, historicamente, apresenta um aumento no número de casos de dengue nesse período do ano. Essa alta ocorre, principalmente, devido às condições climáticas: temperaturas elevadas e chuvas mais constantes, que favorecem a proliferação do vetor Aedes aegypti”, explica Ivana Belmonte, coordenadora de Vigilância Ambiental da Secretaria de Saúde do Paraná (Sesa).

Outro número que chama a atenção nos boletins divulgados semanalmente pela Sesa indica o aumento de casos considerados severos. No dia 28 de março eram 318 e, na divulgação mais recente, 638 - mais que o dobro. Segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), a doença nesse estágio é caracterizada por choque, falta de ar, sangramento intenso e complicações graves nos órgãos. “Estatisticamente, de 3 a 5% dos casos de dengue infelizmente evoluem para a forma severa”, diz Ivana. Ela reforça a capacitação oferecida pela secretaria aos profissionais de atenção à saúde para lidar com situações como essas. Ainda segundo os números divulgados pelo Paraná, a doença causou 12 mortes no estado, em quase nove meses.

Emergência epidemiológica de dengue em Foz do Iguaçu e Londrina

As cidades de Foz do Iguaçu e Londrina decretaram situação de emergência epidemiológica devido ao grande número de casos de dengue. os dois municípios pertencem às regionais de saúde onde mais casos foram registrados: 3.377 na regional de Foz do Iguaçu e 5.505 na de Londrina. Nas duas cidades, a fiscalização em terrenos e casas onde podem existir criadouros do Aedes aegypti, mosquito responsável pela contaminação, foi intensificada.

Nilo Valesko diz que se contaminou na cidade do extremo oeste paranaense, já que os sintomas apareceram dias após a chegada dele em Foz do Iguaçu, depois do período de incubação do vírus. “Além de precisar lidar com as dores no corpo, que limitavam qualquer atividade que eu fizesse, agora estou fazendo tratamento para artrite. Ao buscar um especialista, ele disse que desenvolvi o problema em função da dengue”, relata o auditor de infraestrutura de telecomunicações.

Já Cristiane fala que, num primeiro momento, os médicos que a atenderam em um pronto-atendimento particular na cidade de Curitiba receitaram um medicamento que poderia trazer sérias complicações. “Fizeram exame de sangue e de urina, mas não testaram dengue. Indicaram anti-inflamatório e, se eu tivesse tomado, poderia ter complicações sérias. Só não usei porque tenho uma doença que me impede de ingerir esse tipo de remédio”, detalha ela, que está fazendo outros exames para descobrir se não há mais complicações.

A Sesa reforça que o apoio da população é fundamental no combate ao mosquito, já que, dos 399 municípios do Paraná, 310 têm casos confirmados de dengue. “Cada cidadão pode contribuir realizando uma inspeção em sua residência e quintal, toda semana, em busca de qualquer possível criadouro para eliminação dos focos do mosquito, já que ele usa água limpa e parada para colocar seus ovos”, salienta a coordenadora de vigilância ambiental da secretaria estadual.

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