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Hospital de Clínicas em Curitiba.
Hospital de Clínicas em Curitiba.| Foto: Gazeta do Povo

O grande número de casos já descartados de Covid-19 no Paraná mostra que a circulação do vírus está sob controle no estado, mas também acende um alerta: as pessoas que estão com outra síndrome gripal continuam suscetíveis e vulneráveis ao novo coronavírus. Do total de 8,6 mil casos testados até 16 de abril, 85% foram descartados, segundo o boletim epidemiológico de 16 de abril.

O boletim da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) mostra que 7,4 mil testes deram negativo para Covid-19; 832 deram positivo e 421 continuavam em investigação. No Paraná, apenas os casos graves estão sendo testados. São poucos os estados que divulgam o número de casos descartados.

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O Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, também divulga um boletim próprio diariamente, com informações sobre os casos descartados. O boletim do dia 16 de abril, por exemplo, informava sobre 39 pacientes internados, dos quais 2 com teste positivo do novo coronavírus e outros 8 em investigação. Os 29 restantes testaram negativo.

“É bastante útil para o corpo clínico como para toda a população saber que não é só o coronavírus que está em circulação. As pneumonias sempre ocorreram, e acabam fazendo um pico com a circulação de influenza. Agora teremos um pico com a Covid-19”, explica o infectologista Bernardo Montesanti Machado de Almeida, da unidade de Vigilância em Saúde do HC. Dos casos analisados desde 20 de março, o rinovírus se mostrou mais presente nos pacientes internados no hospital.

O HC está usando o mesmo procedimento que adotou em outros anos para casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), que é de notificação obrigatória. A diferença é que os boletins, que eram semanais, agora são diários, para monitoramento e acompanhamento do comportamento do novo coronavírus. Almeida destaca que os casos de SRAG são todos preocupantes, independentemente do agente causador.

“É uma forma grave, de qualquer forma, tem risco de complicações e após a alta tem que ser mantidos os cuidados de prevenção para coronavírus e outros vírus respiratórios”, afirmou. Os serviços médicos trabalham com uma expectativa de que os métodos sanitários utilizados na prevenção da Covid-19, como a higienização de mãos e o distanciamento social acabe por contribuir na diminuição de outras doenças, como influenza. “Já há trabalhos, como na Austrália, que mostram que, a partir do momento que decretaram medidas mais intensas de distanciamento, o número de casos de influenza no país reduziu drasticamente”, diz.

Para o infectologista, o momento continua sendo de conscientização e prevenção. “A população precisa entender que todo mundo tem parte nesse processo, que é proteger a si próprio e fazer com que a transmissão da doença seja reduzida, reduzindo a necessidade de internações e óbitos”, acrescenta.

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