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Censo Escolar 2022 faz análise da educação no Brasil pós-pandemia de Covid-19
Alunos de escola da rede pública do Paraná.| Foto: Lucas Fermin/Seed

Os dados mais recentes do Censo Escolar, divulgados pelo Ministério da Educação (MEC) e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), mostram que o número de estudantes matriculados nas escolas do Brasil voltou aos níveis verificados antes da pandemia de Covid-19. Um dos setores que mais registrou aumento no número de estudantes, pelo Censo Escolar 2022, foi o das escolas particulares: elas são responsáveis por 10% das novas matrículas entre os anos de 2021 e 2022, o que fez com que os números de estudantes nessas unidades voltasse aos patamares de 2019.

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As novas matrículas em creches, que haviam recuado significativamente entre os anos de 2019 e 2021 – um impacto direto da Covid-19 no setor da Educação – agora ultrapassaram os níveis verificados antes da pandemia. Na rede pública, esse aumento foi de 8,9%. Na rede privada, a expansão foi de quase 30%.

O Ensino Médio foi outra faixa da Educação onde houve crescimento nas matrículas entre os anos de 2021 e 2022. Segundo os dados do censo, 7,9 milhões de novos estudantes ingressaram nessa modalidade de ensino. Segundo o MEC e o Inep, o índice consolida uma tendência de crescimento que chega a 5,4% desde 2019. A maior parte desses alunos estão em escolas públicas (87,7%), sendo 84,2% em redes estaduais de Educação.

E é justamente no Ensino Médio que o Paraná ocupa posições bastante distintas em dois dos critérios avaliados. O estado, que recentemente foi classificado como o primeiro do país nessa faixa de ensino dentro do ranking do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), também ficou em primeiro lugar no quesito quantidade de computadores por aluno entre todas as redes de ensino estaduais do Brasil.

Os números do Censo Escolar mostram que há, no Paraná, um computador disponível para cada seis alunos da rede estadual, aproximadamente. Os equipamentos, computadores ou notebooks, estão presentes em 99,4% das instituições da rede estadual de Ensino. Mas, para a Secretaria de Educação do Paraná (Seed), mais importante que a presença dos computadores é o acesso deles à internet, outro ponto no qual o estado se destacou na pesquisa, como o mais conectado do país.

O uso de tecnologia em sala de aula é uma das bandeiras da administração da pasta, trazida por Renato Feder - hoje titular da Educação no Estado de São Paulo - e que continua com Roni Miranda, sucessor de Feder na secretaria paranaense. Para o atual secretário, esses recursos são importantes aliados dos professores em sala de aula. “O uso da tecnologia é fundamental para o processo de modernização que a educação pública do Paraná tem lutado para promover. Por meio do uso destes recursos - em complemento à educação tradicional - é possível vislumbrar uma formação cada vez mais forte para os alunos do nosso estado", destacou.

Além das aulas, os computadores vêm sendo intensamente utilizados em atividades de fixação dos conteúdos vistos em salas de aula. “Somente em 2022 foram quase 20 milhões de atividades realizadas entre a escrita de redações com inteligência artificial, inglês com exercícios práticos por aplicativo e resolução de problemas matemáticos por meio de jogos lúdicos. A expectativa é de que os números sejam ainda maiores neste ano com a disponibilidade dos novos equipamentos”, complementou Miranda.

Paraná tem baixos índices de escolas públicas em tempo integral, aponta Censo Escolar

Mas quando o Censo Escolar 2022 avaliou a proporção de alunos em tempo integral matriculados na rede pública de Ensino Médio, o Paraná aparece na outra ponta dos gráficos. O índice é de apenas 4,4% de estudantes do Ensino Médio matriculados em turmas de tempo integral na rede estadual, o que deixa o estado em último lugar e com uma taxa cinco vezes menor do que a média brasileira.

Fonte: Censo Escolar 2022
Fonte: Censo Escolar 2022

Procurada pela Gazeta do Povo, a Seed informou que o índice não é visto com preocupação pela pasta, por conta do cenário atual da educação no estado. O bom desempenho no Ideb, informou a assessoria de imprensa do órgão, chamou a atenção do Ministério da Educação, que teria afirmado que “assim que os índices do ensino em tempo integral no Paraná aumentarem, a distância de qualidade para os outros estados vai aumentar ainda mais”.

A secretaria divulgou uma linha do tempo que mostra a evolução das escolas com turmas do Ensino Médio em tempo integral. Em 2012, informou a pasta, eram cinco escolas em todo o Paraná. Sete anos depois, o número saltou para 73. Em 2023 são 253 as escolas que contam com o ensino integral no estado, e a meta para o fim de 2024 é chegar a mais de 400 unidades com a modalidade de ensino.

Ensino integral é mais uma ferramenta para aprendizagem

A Seed reforçou que o ensino integral não pode ser visto como “um fim em si, mas sim como uma ferramenta para que o Estado siga no caminho de oferecer o melhor Ensino Médio do Brasil”. O Paraná, comentou a pasta, conta com políticas consistentes nos anos finais do Ensino Fundamental, que abrange os estudantes de 11 a 14 anos. Há também diversas atividades de contraturno nas escolas do estado, informou a secretaria, que não são contabilizadas como ensino integral, apesar de manterem os estudantes por dois períodos no ambiente escolar.

“Os números só se tornam importantes quando trazem resultados. E o resultado verificado no Ensino Médio do Paraná é o melhor do Brasil. O Ensino Integral é muito importante como uma ferramenta adicional a serviço dos nossos alunos. Afinal de contas, o nosso objetivo é garantir condições para que o aprendizado dos estudantes seja o melhor possível”, aponta a secretaria.

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