Maio está a cerca de uma semana do fim e o registro de chuvas em Curitiba já supera a média do mês inteiro: de acordo com o Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar), a capital acumula 97,4 mm de precipitação, enquanto a média histórica para o mês é de 82,8 mm. É um grande contraste com o mês passado, quando Curitiba teve o abril mais seco desde o início da série histórica, em 1998: foram apenas 8,8 mm, diante de uma média de 81,6 mm para o quarto mês do ano.
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Apesar disso, nem o Simepar nem a Sanepar vislumbram tão cedo o fim do rodízio do abastecimento, de 60 horas com água e 36 horas sem água. “Os institutos de meteorologia preveem que o fenômeno La Niña (resfriamento das águas do oceano Pacífico) tende a perder força a partir de julho, o que indica tendência de termos chuvas na média. Se isso acontecer, serão mantidos minimamente os níveis dos reservatórios”, afirma o diretor de meio ambiente e ação social da Sanepar, Julio Gonchorosky.
Os meses do inverno são os mais secos do ano na região de Curitiba, por isso, nem a perspectiva da Sanepar de volta das chuvas ao patamar histórico representaria o fim do rodízio: para isso acontecer, as precipitações teriam que ser acima da média e os níveis dos reservatórios chegar a 80%, segundo a estatal de saneamento. Nesta terça-feira (25), o nível médio das barragens está em 53,62%.
Marco Jusevicius, coordenador de operação do Simepar, alerta ainda que o fim ou diminuição da intensidade de La Niña não representa uma relação direta, de causa e efeito, para a volta das chuvas. “Pode demorar semanas e meses para a atmosfera se ajustar. Além disso, outros fatores influenciam. Em 2020, por exemplo, nós tivemos um primeiro semestre sem La Niña e houve seca. O fenômeno só foi se consolidar no segundo semestre”, justifica.
Mais da metade da chuva de maio caiu num único dia
O coordenador cita que as chuvas acima da média em maio em Curitiba estão longe de representar alívio, porque, além de a diferença para o patamar histórico não ser muito grande, mais da metade da precipitação acumulada foi registrada em um único dia (12). “Isso ‘conta’ contra, o que ‘conta’ a favor é que foi uma chuva distribuída ao longo do dia inteiro”, diz Jusevicius.
“A perspectiva para o inverno e início e meio da primavera é de chuvas abaixo ou dentro da média. A gente não vê condições claras de que vai chover muito, ocorrer uma melhora significativa e sairmos do sufoco”, projeta o coordenador.
De acordo com a Sanepar, o sistema de rodízio significou até o momento uma economia de 48 bilhões de litros, que correspondem a 74 dias de abastecimento. Já a economia de água por parte da população corresponde a um volume de 28 bilhões de litros. Somados, os 76 bilhões asseguraram abastecimento para um período de 120 a 130 dias.
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