O "ciclone bomba" de terça-feira (30) causou uma série de estragos pelo Paraná e demais estados do Sul, mas impediu que a nuvem de gafanhotos que está na Argentina chegasse ao Brasil. Junto com o ciclone, vieram as baixas temperaturas e a nuvem de insetos que destruiu plantações na Argentina e Paraguai estacionou no país vizinho. Segundo o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-PR), os gafanhotos estacionaram no solo, fazendo com que os argentinos tenham mais possibilidade de controlar a praga.
Leia também: Novo marco regulatório deve tirar Sanepar da “zona de conforto”
A nuvem era da espécie conhecida como gafanhoto sul-americano. Um quilômetro quadrado da nuvem comporta ao menos 40 milhões de bichos capazes de se deslocar por até 100 km de distância em um dia. Esta mesma quantidade de gafanhotos podia destruir pastagens – seria o equivalente a 2 mil vacas na pastagem.
Os agricultores brasileiros, principalmente do Rio Grande do Sul, estavam alertas com uma possível chegada dos insetos. Porém, como na maioria das espécies, as temperaturas que giram entre 8º C a 10º C nos últimos dias desaceleram o desenvolvimento dos gafanhotos. “Dificilmente há reprodução e, dependendo do tempo de duração das baixas temperaturas, o frio traz uma alta taxa de mortalidade desses insetos”, explica o pesquisador da área de entomologia do IDR-PR, Rodolfo Bianco.
Vento
Outro fator que liquida a possibilidade de os gafanhotos terem sucesso em sua jornada até o Brasil é a direção do vento. “Se virasse para cá, até haveria mais chance lá no início da migração. Porém, a direção deles foi o Sul”, aponta Bianco. “Os gafanhotos erraram o caminho. Se eles tivessem escolhido a direção do Mato Grosso, talvez a temperatura mais quente ajudasse. Mas, vieram para o Sul, e bem no começo do inverno”, finaliza.
A nuvem de gafanhotos atingiu lavouras no Paraguai e Argentina há pouco mais de uma semana, no dia 23 de junho. Técnicos do governo argentino detectaram que os insetos, de até 15 cm de envergadura, entraram no país pelo Paraguai, nas províncias de Formosa e Chaco, onde há produção de mandioca, milho e cana-de-açúcar. Em uma das áreas, a nuvem de gafanhotos chegou a 10 km de extensão.
Trump, Milei, Bolsonaro e outros líderes da direita se unem, mas têm perfis distintos
Governadores e parlamentares criticam decreto de Lula sobre uso da força policial
Justiça suspende resolução pró-aborto e intima Conanda a prestar informações em 10 dias
Moraes viola a lei ao mandar Daniel Silveira de volta à cadeia, denunciam advogados
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná