Prevendo que não terá mais como transferir pacientes para hospitais de referência no tratamento de Covid-19, a prefeitura de Jandaia do Sul, município de 21 mil habitantes no Norte do Paraná, inaugura segunda-feira (8) um hospital de campanha. Quinta-feira (4), a Macrorregional de Saúde Norte, na qual está Jandaia do Sul, alcançou 92% de ocupação de UTIs de coronavírus – em todo o Paraná, a lotação é de 96%, o que levou o secretário estadual de Saúde Beto Preto a já admitir a proximidade do colapso.
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O Centro de Tratamento de Covid-19 (CTC), como será chamada a estrutura montada no Centro de Convivência de Jandaia do Sul, terá dez leitos de enfermaria atendidos por quatro médicos, seis enfermeiros e seis técnicos de enfermagem. O atendimento será 24 horas.
Com a 28ª morte por Covid-19 registrada quinta-feira (4) e 1.387 infecções desde o início da pandemia, a prefeitura já está tendo problemas para enviar pacientes a hospitais de alta complexidade nas cidades vizinhas de Apucarana e Arapongas justamente por falta de leitos. Dificuldade que o prefeito de Jandaia do Sul, Lauro Jr (PSL), prevê que vai se agravar nos próximos dias com a aceleração da pandemia em todo o estado.
Portanto, mesmo sem leitos de UTI na cidade, o atendimento no hospital de campanha deve manter o pacientes até que seja conseguida a transferência. “Nossos médicos já estão tendo de pedir pelo amor de Deus para conseguir vagas nos hospitais de alta complexidade. Com essa previsão de que a situação infelizmente se agrave ainda mais, de não ter mais leitos, é melhor que os pacientes tenham atendimento no hospital de campanha, com oxigênio e acompanhamento médico, do que ficar em casa”, aponta Lauro Jr, cuja prefeitura acatou o decreto estadual para frear a transmissão do coronavírus, que, entre outras medidas, determina o fechamento do comércio não essencial até segunda-feira (8).
Dificuldade para adquirir oxigênio
Para montar o hospital de campanha, o município adquiriu dez cilindros de oxigênio, alugou dez monitores que medem saturação sanguínea e batimentos cardíacos, emprestou cinco camas da cidade vizinha de Kaloré, além de reforçar as equipes médica e de enfermaria.
A Secretaria Municipal de Saúde ainda está calculando o valor total da estrutura. O prefeito, porém, adianta que só nos cilindros foram investidos cerca de R$ 12 mil, os quais não têm previsão de serem repostos quando acabarem pela alta demanda de oxigênio com a superlotação de hospitais em todo Paraná e no Brasil.
“Está muito difícil encontrar oxigênio aqui na região. Apucarana, inclusive, chegou a emprestar cilindros para outros municípios. Nós não sabemos até quando teremos oxigênio. As empresas estão com dificuldade no fornecimento, mas seguimos em contato para não deixar faltar”, reforça Lauro Jr.
Quarta-feira (3), a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) emitiu um alerta para que todos os 399 municípios do estado monitorem seus estoques de oxigênio. Segundo a Sesa, no último fim de semana algumas prefeituras já tiveram problemas com a falta do insumo.
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