Fogões, moda bebê e até bilhar: cidades paranaenses são referência em ramos da produção

Se for aprovada como está, a reforma tributária deve acabar com o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e, consequentemente, com a chamada guerra fiscal. Com isso, os estados serão forçados a buscar mais competitividade, na opinião de Ricardo Barros (PP), secretário da Indústria, Comércio e Serviços do Paraná.

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Para Barros, um dos caminhos para atrair investimentos será a especialização de municípios em determinados segmentos. "É uma decisão política dos municípios que faz toda a diferença. Temos que especializar as economias das cidades, não ficar apenas nas vocações regionais", disse o secretário durante o evento Paraná em perspectiva: desafios e oportunidades, promovido pela Gazeta do Povo na terça-feira (22).

Alguns municípios do Paraná já passaram por esse processo e são referência na produção de itens específicos.

Um dos casos mais conhecidos é o de Campo Largo, na Região Metropolitana de Curitiba, destaque na fabricação de porcelanas. Mas o Paraná tem municípios reconhecidos pela produção de diversos itens – de fogões a mesas de bilhar.

Fogões e inovação em Pato Branco

A região sudoeste paranaense, por exemplo, concentra fábricas e fornecedores de panelas e fogões. Uma das empresas que atua na região é a Atlas, que produz dois milhões de itens, anualmente, para todo o mercado nacional.

Sediada em Pato Branco, a empresa comprou a Dako, uma das marcas mais tradicionais do setor, em 2017. Com isso, a Atlas consolidou sua posição no mercado e ampliou o portfólio de produtos. Além de fogões, a empresa fabrica depuradores, coifas e cooktops.

Pato Branco também tem investimentos na área de inovação. O Parque Tecnológico da cidade tem estrutura voltada à pesquisa e à incubação de empresas. Em julho, a prefeitura da cidade, o BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul) e o governo do estado assinaram um termo de cooperação técnica para fomentar o desenvolvimento de empresas de base tecnológica no município.

Paraná tem a capital nacional da moda bebê

Outras cidades do estado se especializaram em itens de vestuário. Apucarana, por exemplo, é conhecida pela produção de bonés. Cianorte é referência em confecções, enquanto Imbituva é conhecida no segmento de malhas.

Terra Roxa, por sua vez, é conhecida como a capital nacional da moda bebê. A cidade recebe excursões de interessados em babadores, tip tops, macacões e outros itens. Dados divulgados pelo governo estadual em 2020 apontam que o município tinha 113 fábricas de roupas infantis. Juntas, elas produziam 500 mil peças por mês, com faturamento estimado de R$ 5 milhões.

Jaguapitã se destaca pela produção de mesas de bilhar

Em março deste ano, o governador Ratinho Junior (PSD) sancionou uma lei que concede ao município de Jaguapitã, na região norte paranaense, o título de capital do bilhar.

O projeto aprovado pela Assembleia Legislativa do Paraná é de autoria do deputado estadual Cobra Repórter (PSD). Na justificativa da proposta, o parlamentar menciona que o município tem mais de 70 fábricas de mesas de bilhar, tacos e acessórios para o esporte. O setor gera mais de 700 empregos diretos.