Os municípios de Guarapuava, Ivaiporã, Marechal Cândido Rondon e Diamante do Oeste estão entre os vencedores de uma disputa que envolveu mais de mil projetos de todo o Brasil no setor de gestão de resíduos sólidos. As prefeituras apresentaram projetos que foram habilitados pelo Programa Lixão Zero, do Ministério do Meio Ambiente, e agora contam com um reforço na estrutura de coleta e separação do lixo e dos materiais recicláveis.
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A entrega oficial dos veículos e equipamentos orçados em cerca de R$ 9 milhões para as prefeituras de Guarapuava e Ivaiporã ocorreu na última quinta-feira (8). Para Marechal Cândido Rondon e Diamante do Oeste as entregas estão previstas para o mês de agosto. O valor total dos investimentos no estado não foi informado pelo ministério
Apresar da cerimônia ter sido realizada só agora, as máquinas já vêm sendo utilizadas desde o início do ano em Guarapuava, como explicou o secretário municipal de Meio Ambiente, Celso Araújo. “Nós já estamos usando os equipamentos desde janeiro. A entrega oficial era para ter sido realizada em dezembro, mas houve uma piora da pandemia no final de 2020. Não fazia sentido ter os equipamentos disponíveis e esperar uma cerimônia para começarmos a utilizá-los. Então essa foi uma entrega simbólica”, disse, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo.
O município recebeu 11 veículos, entre caminhões compactadores e caminhões baú, 150 contêineres de mil litros e equipamentos especializados, como trituradores de poda e balança rodoviária. Com isso, o município deu início a uma experiência que em breve deve ser estendida a toda a área urbana: a coleta mecanizada de resíduos.
“Faremos uso dos contêineres que ficarão distribuídos nos bairros, com intervalos de 50 m e 100 m entre um e outro, e que permitirão que a dona de casa não precise mais deixar o lixo na frente de casa, ela poderá levar até o contêiner, que terá um armazenamento fechado, sem exposição a animais ou condições climáticas diversas. Com a instalação desses contêineres, vamos otimizar também a forma de trabalho dos profissionais coletores, que farão paradas apenas nos pontos onde os contêineres estarão instalados”, explicou a coordenadora técnica do projeto, Selba Regina Peres Lopes.
A experiência, segundo a administração municipal, fez com que a coleta fosse feita de forma mais rápida e segura. No modelo tradicional adotado em Guarapuava, cada caminhão de coleta conta com o apoio de três coletores que passam de porta em porta recolhendo os sacos de lixo. Esse trabalho levava, segundo as contas da secretaria municipal de Meio Ambiente, 4 horas para ser realizado. No modelo mecanizado, o trabalho exige a presença de apenas um funcionário e pode ser realizado na metade do tempo.
“Todas as prefeituras do país estão tendo que adequar e modernizar esse sistema de coleta, que já existe na Europa e na América do Norte. Aqui no Brasil tem um sistema bem adiantado em São Paulo. É uma tendência que está começando no Paraná, e nós aderimos a esse sistema de coleta com contêineres que são engatados aos caminhões com o mínimo contato dos funcionários com esses rejeitos”, explicou o secretário
“A oportunidade aparece para quem está pronto”
O secretário de Qualidade Ambiental do Ministério do Meio Ambiente, André França, parabenizou a qualidade dos projetos apresentados pelos municípios paranaenses. “Todo o processo foi aberto e transparente. Participaram municípios e consórcios de municípios do país, foram mais de mil projetos apresentados e no Paraná esses quatro foram selecionados. A escolha se deu pela qualidade dos projetos e pelo impacto positivo que esses projetos geraram. É mérito total das equipes dos municípios, que apresentaram bons projetos e conseguiram assim melhorar seus sistemas de gestão de resíduos”, disse, em entrevista por telefone.
França reforçou que apesar de este edital do Programa Lixão Zero ter se encerrado em 2019, há outras oportunidades abertas para que as prefeituras consigam financiamento para seus programas de gestão de resíduos. Muitas dessas opções estão no Mapa do Financiamento - só para o estado do Paraná há hoje 57 frentes diferentes de financiamento de projetos.
“Essa ferramenta, o Mapa do Financiamento, mantém atualizadas todas as fontes de financiamento disponíveis para os estados e municípios. O gestor às vezes não sabe onde buscar financiamento, e às vezes acaba tendo que entrar em 60 sites diferentes para saber qual deles pode ser o ideal para o seu projeto. O ministério mantém essa ferramenta que fornece toda essa informação ode forma concentrada e de fácil acesso. A mensagem que nós deixamos é para que os municípios tenham projetos preparados. A oportunidade aparece para quem está pronto”, pontuou.
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