A Coamo, de Campo Mourão, no Paraná, maior cooperativa agrícola da América Latina e uma das maiores empresas do Brasil, está investindo num porto próprio em Itapoá (SC). O projeto é estimado em R$ 1 bilhão. O terreno já foi comprado e neste momento está sendo feito o Estudo de Impacto Ambiental (EIA/RIMA).
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“É um projeto de longo prazo e estratégico para nós”, explica o presidente executivo da Coamo, Airton Galinari. Segundo ele, a intenção de investir num porto fora do Paraná é antiga e foi motivada basicamente por problemas anteriores no porto de Paranaguá, relacionados à gestão e à infraestrutura.
“Começamos a enfrentar um período muito conturbado na administração do porto, por volta de 2003 e isso durou cerca de uma década. Foi durante o governo de Roberto Requião. Era muita confusão, com frequentes atrasos nos embarques de navios, o que gerava multas. Perdemos muitos clientes”, lembra.
Galinari esclarece que a situação no porto de Paranaguá mudou muito e melhorou nos últimos anos. “Agora há regras claras. Hoje, Paranaguá nos atende totalmente e não precisaríamos mais de um novo porto”, diz. Mas, segundo ele, a cooperativa decidiu seguir com os planos de investimento em Itapoá como estratégia para o futuro.
“Na medida em que crescemos também vamos tendo problemas. Não pelo porto em si, mas pela estrutura que leva ao porto, como a rodovia e a ferrovia”, diz. “Vamos trabalhar com as melhores alternativas para atender a expansão que estamos tendo”, reforça.
Três berços de atração para grãos, fertilizantes e líquidos e gás
A área da Coamo em Itapoá (SC) é de 400 metros de frente para o mar, na baía da Babitonga. Trata-se de uma zona de interesse portuário, de acordo com o plano diretor do município. “Já temos o documento ‘Nada a opor’, da Marinha, liberando a área para a construção do porto”, informa Galinari.
O projeto prevê três berços de atracação em ‘F’, sendo um para grãos, um para fertilizantes e um para líquidos e gás. Na área de grãos, será instalado um armazém com capacidade para 200 mil toneladas e com duas linhas para o carregamento de 2 mil toneladas por hora.
“Para os demais segmentos, a intenção é buscar empresas parceiras interessadas”, diz Galinari. Segundo ele, a ideia é usar o porto de Itapoá não apenas para atender a demanda da cooperativa com exportações e importações, mas também para prestar serviço a terceiros.
Serão ainda alguns anos para iniciar a obra. O estudo ambiental vai definir as compensações necessárias, tendo em vista o impacto na Mata Atlântica. Depois, serão emitidas as licenças prévias e de instalação para só então se iniciar a obra.
Expansão para Santa Catarina e Mato Grosso do Sul
Fundada em 1970, a Coamo tem hoje 29 mil cooperados que cultivam 4 milhões de hectares e produzem 5,6 milhões de toneladas de grãos, o que corresponde a 3,6% da produção nacional e 16% da produção paranaense. Atua em 67 municípios do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul e exporta 11% do total de todas as cooperativas brasileiras.
É uma das principais operadoras portuárias do porto de Paranaguá e segue investindo no porto paranaense. Até o final do ano, vai inaugurar um novo terminal de grãos, com investimento total de R$ 200 milhões e já tem projetos de investir mais R$ 500 milhões em Paranaguá nos próximos anos.
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