A colheita do trigo, que estava interrompida no Paraná por conta do excesso de chuvas, avançou para 63% da área plantada com o clima seco dos últimos dias. Na última semana, apenas 54% da área plantada haviam sido colhidos. Em condições normais, essa colheita já poderia estar em torno de 80%. A área plantada no Estado é de 1,19 milhão de hectares.
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Os dados são do último boletim de safra do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura, divulgado nesta quinta-feira (27). Além do atraso na colheita, há prejuízo em qualidade e quebra de produção do trigo, agora estimada em 3,57 milhões de toneladas, 11% abaixo do potencial produtivo, que era de 3,99 milhões de toneladas. Essa redução se deve à estiagem que afetou as lavouras do Norte e Centro-Oeste e à geada e ao excesso de chuva que atingiram o Oeste e Sudoeste.
As lavouras já colhidas, que foram atingidas pelas geadas e chuvas, estão rendendo uma produtividade de 2.700 quilos por hectares. As áreas ainda a serem colhidas mantém a expectativa do potencial produtivo em 3.600 kg/ha.
“Além dos danos quantitativos, há mais de um mês temos colhido trigos prejudicados em qualidade, gerando um volume significativo em relação ao total da safra, prejudicando o produtor em relação à rentabilidade e dificultando o abastecimento dos moinhos”, destaca o engenheiro agrônomo do Deral Carlos Hugo Godinho.
Atraso no plantio de feijão e soja
Há atraso também no plantio da safra de verão, especialmente nas lavouras de feijão e soja devido ao mau tempo. O plantio foi retomado na última semana, mas o feijão está atrasado em 20% e a soja, que já deveria estar com 60% da área semeada, está em apenas 44%.
De acordo com o relatório do Deral, o frio e a chuva têm prejudicado o desenvolvimento das lavouras de feijão já plantadas. Há preocupação também em eventuais prejuízos no milho pelo excesso de chuva, porém ainda é cedo para uma avaliação.
Apesar das adversidades climáticas, a expectativa é que a safra de grãos do Paraná 2022/2023 resulte em 25,7 milhões de toneladas. Se confirmada, será uma recuperação, superando, inclusive, a safra de 2020/2021, que foi de 23,3 milhões de toneladas. A última safra, 2021/2022, muito afetada pela estiagem, rendeu apenas 15,3 milhões de toneladas.
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