O lote 6 das novas concessões de rodovias do Paraná vai a leilão, nesta quinta-feira (19), na Bolsa de Valores de São Paulo (B3) com um único grupo privado interessado na gestão das estradas pelo período de 30 anos. Da mesma forma que ocorreu com o lote 2, em agosto do ano passado, não haverá concorrência: somente a EPR entregou proposta para controlar 662 quilômetros de estradas do Oeste e Sudoeste do estado, compreendendo as rodovias BR-163, BR-277, PR-158, PR-180, PR-182, PR-280 e PR-483.
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A EPR foi a empresa que arrematou o segundo lote em 2023, também sem concorrente, apresentando uma proposta de desconto sobre a tarifa de apenas 0,08%. O cenário é diferente do lote 3, leiloado na última semana, quando quatro grupos entraram na disputa — a CCR venceu com um desconto de 26,6%. A EPR controla 605 quilômetros de rodovias no Paraná, sendo a responsável pelo trecho entre Curitiba e Paranaguá da BR-277.
A estimativa da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) é de que sejam investidos R$ 20 bilhões durante o contrato de 30 anos, sendo R$ 12,6 bilhões para obras e R$ 7,4 bilhões para serviços de manutenção. Pelo edital, estão previstos 462,5 quilômetros de duplicação, 31,4 quilômetros de faixas adicionais e 13,7 quilômetros de novos contornos, além de iluminação em trecho de serra, passagens de fauna, passarelas e outras obras.
Esse lote completa a concessão de todo o eixo da BR-277, desde a região oeste, na fronteira com Paraguai e Argentina, até o Porto de Paranaguá — os trechos entre Prudentópolis e Paranaguá estão divididos entre as concessionárias Via Araucária e EPR Litoral Pioneiro.
O leilão das rodovias do lote 6 será vencido pela empresa que apresentar a proposta com maior desconto sobre a tarifa básica máxima, fixada em R$ 0,1758 por quilômetro. Com uma única concorrente, valerá o desconto apresentado no envelope. O abatimento máximo sem a necessidade de um depósito adicional é de 18%. Caso o desconto seja superior, a empresa terá de realizar aportes financeiros a cada ponto percentual que exceder os 18%.
Nesse modelo, a proposta vencedora terá relação direta com o preço da tarifa do pedágio a ser cobrado pelo usuário. Levando-se em conta a tarifa básica máxima, sem desconto, o preço poderá variar entre R$ 9,95 e R$ 17,10 mais a correção da inflação.
No edital, estão previstas nove praças de pedágio, sendo que três serão implantadas — em Pato Branco, Ampére e Lindoeste — e as outras seis serão reativadas nos mesmos locais da concessão anterior.
Principais obras do lote 6 das rodovias do Paraná
No edital publicado pela ANTT, as duplicações são as obras mais importantes do lote 6. Ao todo, estão previstos 462 quilômetros de duplicação em quatro ligações: Cascavel a Matelândia, Cascavel a Pato Branco, Cascavel a Nova Laranjeiras e Prudentópolis a Nova Laranjeiras.
As entregas das duplicações deverão começar no terceiro ano do contrato e se estenderão até o nono ano. O maior volume de duplicações está na BR-277, no trecho entre Cascavel e Matelândia, que deixará a ligação até Foz do Iguaçu completamente duplicada. Após sair de Cascavel, a BR-277 será duplicada a partir do entroncamento com o Contorno Oeste de Cascavel, em Santa Tereza do Oeste, passando por Céu Azul, até chegar em Matelândia, onde se encontra com a estrada já duplicada até Foz do Iguaçu.
As duplicações do lote 6 contemplam ainda outros três segmentos principais, dois deles tendo como origem a cidade de Cascavel. De lá está prevista a duplicação até a Pato Branco, passando pelas rodovias BR-163, PR-182, PR-483, PR-180, PRC-280 e PRC-158. Saindo de Cascavel, também na BR-277, serão duplicados 95 quilômetros até Nova Laranjeiras. De lá, ainda serão duplicados 157,3 quilômetros até o Trevo do Relógio, em Prudentópolis.
Além das duplicações, estão previstas as construções dos contornos de Marmeleiro, que fará a ligação da PRC-280 à PR-180, com sete quilômetros de extensão, e de Lindoeste, com 6,8 quilômetros.
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