Quando os casos de Covid-19 começaram a aparecer, em março de 2020, fazia apenas 5 meses do primeiro voo feito através do programa Voe Paraná, que tem como objetivo impulsionar a aviação no estado e conectar o interior com a capital e todo o país. Entre idas e vindas, agravamentos e melhoras nos índices da pandemia, o Voe Paraná ainda não conseguiu decolar de vez.
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Janeiro de 2022 marcou a retomada do programa, na esteira do avanço da vacinação e dos sinais de recuperação econômica. Contudo, parte significativa do público-alvo da aviação regional são empresários ou funcionários de empresas. E a rotina de trabalho no comércio e na indústria ainda não voltou ao formato anterior à pandemia. “Houve uma redução no número de deslocamentos. O próprio home office substitui reuniões presenciais, então caiu a demanda de passageiros”, aponta João Arthur Mohr, gerente de assuntos estratégicos da Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep).
Até 2018, somente 6 aeroportos mantinham voos regulares no Paraná: Curitiba, Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina, Maringá e Ponta Grossa. Com o Voe Paraná, em 2019, a lista aumentou para 19 aeroportos e a quantidade de rotas cresceu 40%. Passaram a fazer parte dos voos regulares Toledo, Pato Branco, Guarapuava, Arapongas, Campo Mourão, Cianorte, Cornélio Procópio, Francisco Beltrão, Guaíra, Paranaguá, Paranavaí, Telêmaco Borba e União da Vitória.
Nos primeiros meses da pandemia, de março a outubro de 2020, somente o Aeroporto Internacional de Curitiba permaneceu operando voos para Brasília, Guarulhos, Campinas e Rio de Janeiro. E alguns poucos voos para Campinas e Guarulhos ocorreram em outros 4 aeroportos: Cascavel, Foz do Iguaçu, Londrina e Maringá.
Abrandamento da pandemia permitiu retomada do Voe Paraná
Só no segundo semestre de 2021, com o abrandamento da pandemia, alguns outros aeroportos voltaram a atuar no programa. No mês passado, o governo do estado enfim conseguiu fazer a retomada, ainda distante da proposta inicial, e com menos aeroportos incluídos nos voos regulares do que em 2019, com o lançamento do Voe Paraná.
Hoje, a capital tem conexões com Cianorte, Telêmaco Borba, Arapongas, Campo Mourão, Apucarana, Guaíra, Francisco Beltrão, Cornélio Procópio, União da Vitória e Umuarama. A partir de 22 de março, Paranavaí também terá rota para Curitiba. O aeroporto da cidade passa por reforma para poder receber os novos voos.
Ainda em processo de retomada, o estado já comemora a ampliação da grade de voos. "Isso beneficia municípios que nunca tiveram a oportunidade de ter um voo comercial com conexão a Curitiba e aos grandes centros", diz o secretário de Infraestrutura e Logística, Sandro Alex.
Insistir em novas rotas aéreas é estratégico para o desenvolvimento, diz Fiep
Mesmo no contexto de queda de demanda pelos voos, a Fiep vê o incentivo à aviação no interior como decisivo para o desenvolvimento regional. Pela lógica de que uma cidade que oferece um aeroporto com destinos estratégicos atrai mais investimentos. “É vantajoso para empresas que já estão instaladas no município e também para aquelas que querem expandir para aquele lugar”, destaca Mohr. Com voos frequentes interligando municípios do estado, empresários e funcionários ganham tempo de produção e de transporte. “O diferencial entre uma indústria escolher onde se instalar ou expandir no Paraná ou em outro estado”, pontua.
Ele ainda compara com os Estados Unidos, onde pequenas cidades têm grandes aeroportos regionais que contribuíram para o desenvolvimento. “Mesmo que a demanda ainda não seja tão grande, é preciso insistir no programa. Com o costume, a demanda vai ser maior, os voos serão mais frequentes e as pequenas cidades vão se desenvolver mais”, conclui o gerente de operação da Fiep.
Apesar de ainda não chegar ao objetivo inicial do Voe Paraná, o estado tem a maior malha regional do país. Além de levar desenvolvimento para o interior, o programa tem o objetivo de tornar Curitiba um grande hub nacional, um concentrador de embarques e desembarques para dentro e fora do Paraná.
Avanços consolidados, como a ampliação do aeroporto de Foz do Iguaçu, e outros por vir, como a construção da terceira pista do Afonso Pena, em Curitiba, fortalecem a malha aérea estadual. “Esse trabalho desenvolvido pelo governo foi decisivo para colocar o Paraná no mapa da aviação brasileira”, ressalta o secretário Sandro Alex.
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