Cachoeira do Parque Lago Azul, uma das belezas naturais da região Noroeste.| Foto: Caroline Holm/Unespar
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Sede da maior cooperativa agrícola da América Latina, a Coamo, o município de Campo Mourão vive em torno da agricultura. O mesmo acontece com todas as pequenas cidades próximas. A região quer agora explorar outras potencialidades para fortalecer o desenvolvimento regional. Algumas delas puxadas pela própria vocação agrícola e recursos naturais, como o turismo rural e ecológico.

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“Dentre as nossas potencialidades, talvez o carro-chefe seja o turismo”, diz Caroline Holm, bacharel na área e professora da Universidade Estadual do Paraná (Unespar). Ela também integra a Câmara de Cultura e Turismo do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão.

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Investir em áreas potencialmente turísticas para que se tornem efetivamente destinos escolhidos pelos viajantes é uma das prioridades do plano de desenvolvimento traçado para a região, dentro do programa Paraná Produtivo. Iniciativa da Secretaria do Planejamento, o programa levantou, junto às comunidades e lideranças locais, fragilidades e potencialidades de 202 municípios em oito regiões. São aqueles municípios que até hoje não estavam contemplados em nenhum plano de desenvolvimento em curso.

Passeio por cachoeiras e com jet ski

Na região de Campo Mourão, a região 5 do Paraná Produtivo, são 24 municípios. Todos pequenos e essencialmente agrícolas. É a área de abrangência da Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam), no Noroeste do estado. Entre eles estão: Altamira do Paraná, Araruna, Barbosa Ferraz, Engenheiro Beltrão, Goioerê e Luiziana.

Esse último tem 70 cachoeiras catalogadas. Na divisa entre Luiziana e Campo Mourão tem o lago da usina Mourão I, um atrativo já usado por praticantes de jet ski. A região sedia também alguns campeonatos de pesca. Voo de balão, rapel, trilhas e ciclismo são outras possibilidades.

Lago da Usina Mourão I, atrativo natural de Campo Mourão. Foto: Arquivo pessoal

Há também muitas pequenas igrejas antigas pela região. São um atrativo à parte e com grande potencial para a exploração do turismo religioso. E até o turismo de negócios e eventos pode ser melhor desenvolvidos tendo em vista a pujança do agronegócio local.

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Mas com tanto potencial, por que a atividade turística não deslancha na região? Para Caroline Holm, que é especialista na área, falta reconhecimento por parte de gestores públicos. “Esse é o primeiro passo. A partir desse reconhecimento, investidores serão atraídos”, diz. Segundo ela, nem gestores públicos, empresários, investidores ou até mesmo a população se deram conta ainda de que o turismo é um grande potencial da região. “O Paraná Produtivo traz essa possibilidade”, acredita.

O próximo passo do programa é executar ações que promovam o desenvolvimento regional dessa atividade. Entre elas estão a qualificação de trabalhadores para atuar no turismo e a melhoria da infraestrutura com recuperação e duplicação de vias já existentes.

Equipamentos eletromédicos: outro setor a ser explorado para o desenvolvimento regional

A região já tem um Arranjo Produtivo Local (APL) de aparelhos eletromédicos. São empresas que fabricam equipamentos destinados a clínicas e hospitais para auxiliar em diagnósticos e monitoramentos da saúde dos pacientes. Entre esses estão também aparelhos usados em clínicas odontológicas e de estética. O APL fica em Campo Mourão, mas pode se expandir para os demais municípios.

“Temos um ambiente de inovação aqui e os negócios já estão se expandindo para as áreas de biotecnologia, tecnologias voltadas ao agronegócio e educação”, diz Fernando Mizzote, presidente do Conselho de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão. Segundo ele, o desafio agora é entender melhor porque existem diferenças de desenvolvimento entre as várias cidades da região.

Marcelo Percicotti, coordenador de Integração Econômica da Secretaria de Planejamento diz que as oficinas do Paraná Produtivo na região de Campo Mourão evidenciaram que há várias outras possibilidades para além da agricultura. Segundo ele, não há dúvidas de que o agronegócio é o forte da região e impacta positivamente todos os municípios, mas há outras áreas que podem ser exploradas para diversificar as opções de renda e trabalho.

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Além do turismo e dos equipamentos médicos, ele lembra que Barbosa Ferraz é a capital do bordado. “É um trabalho artesanal que faz parte da tradição e envolve várias pessoas do município”, diz, acrescentando que por meio do Paraná Produtivo a intenção é dinamizar todas essas outras vocações regionais.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]