Duas semanas após decreto do estado que proibiu centros comerciais de abrir e recomendou aos demais empresários de comércio e serviços que repensassem o funcionamento, entidades que representam esses setores pressionam o governo para a retomada das atividades – ainda que com restrições por causa da pandemia de Covid-19.
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Na terça-feira (31), em entrevista à Tribuna do Paraná, o presidente da Associação Comercial do Paraná (ACP), Camilo Turmina, afirmou que espera uma reabertura do comércio já na próxima semana. Na prática, o comércio de rua não tem a obrigatoriedade de fechar em boa parte das cidades do estado, já que não é citado em decretos estaduais – apenas em alguns municipais. Mas um posicionamento do governo, ainda que impondo restrições, poderia ter um efeito “tranquilizador” na população.
Nesta quarta-feira, a ACP confirmou à reportagem que tem conversado com a equipe do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) em busca de entendimento. Oficialmente, no entanto, não há indicativo de que o estado vá relaxar as recomendações – sobretudo pelo fato de o Paraná acompanhar uma subida preocupante na curva de contágio pelo Covid-19.
A preocupação da ACP é refletida em números. Em uma pesquisa da Datacenso realizada entre os dias 26 e 29 de março com 200 comerciantes de Curitiba, a pedido da Associação, 79% dos empresários disseram que acreditavam em uma queda de vendas. 10% dos entrevistados pretendem fechar as portas, enquanto 42% afirmaram que demitirão nas próximas semanas.
Fabio Aguayo, à frente da Associação Brasileira de Bares e Casas Noturnas (Abrabar) e Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento e Lazer do Paraná (Feturismo), também defende uma reabertura nas próximas semanas. “Estamos construindo um pedido de consenso se as coisas tiverem normalizadas para após a Páscoa (12 de abril)”, diz. “Muitas das empresas que fizeram esse 'autofechamento', que adotaram o isolamento, estão nos consultando para retomar a atividade”, aponta.
Aguayo aponta que o setor irá seguir as recomendações dos órgãos sanitários e governamentais, mas que existe um movimento de pressão de empresários com problema de caixa para pagar funcionários e operações. O dirigente das associações indica que as medidas públicas não fecharam a questão. Nos últimos dias, governo do estado e do Brasil anunciaram medidas de socorro para pequenas e médias empresas -- onde estão enquadrados a maioria dos CNPJs de comércio e serviços.
Mas Aguayo pede um olhar sobre redução de jornada e salários, parcelamento de salários e revisões, além de crédito do governo.
Na capital do estado, parte do comércio e serviços continua funcionando, mesmo não sendo considerados essenciais. A queda na demanda, no entanto, é visível.
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