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Cobrança de pedágio foi interrompida nas rodovias do Anel de Integração em 27 de novembro de 2021
Cobrança de pedágio foi interrompida nas rodovias do Anel de Integração em 27 de novembro de 2021| Foto: Alex Silveira/Tribuna do Paraná

A criação de novas frentes parlamentares focadas no acompanhamento das concessões de rodovias no Paraná foi praticamente descartada pela Assembleia Legislativa do estado nesta terça-feira (28). É o que indica um parecer do presidente da Comissão Permanente de Obras Públicas, Transportes e Comunicação da casa, deputado Gugu Bueno (PSD). Segundo o parecer, que ainda não foi votado pela comissão, um grupo interno de trabalho deve ser formado pela própria comissão para tratar dos novos contratos de pedágio no Paraná.

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A reunião na qual foi apresentado o parecer de Bueno foi realizada após o presidente da Alep, deputado Ademar Traiano (PSD), enviar à comissão um pedido de parecer sobre a legalidade da criação de uma nova frente parlamentar, em 7 de março. Na ocasião, Traiano delegou à comissão a tarefa de escolher entre uma das duas propostas de Frente Parlamentar protocoladas na casa – uma de autoria do deputado Arilson Chiorato (PT), que encabeçava a frente anterior aberta em 2019, e outra feita pelo deputado Delegado Jacovós (PL).

Conflito regimental

Uma terceira opção proposta pelo presidente, a de a própria Comissão de Obras Públicas, Transporte e Comunicação assumir a responsabilidade sobre o debate do novo modelo de pedágio, foi a escolhida por Bueno. Em entrevista à Gazeta do Povo, o presidente da comissão explicou que a criação de novas frentes parlamentares sobre o pedágio feriria o regimento interno da Assembleia Legislativa do Paraná.

“A Diretoria Legislativa da Alep levantou essa dúvida, se os objetos dos requerimentos que pediam as frentes parlamentares poderiam estar em conflito com a competência regimental da Comissão de Obras Públicas. E nenhuma comissão temporária da casa pode existir se entrar em conflito com a competência de uma comissão permanente, que tem maior força regimental. De fato, os objetos dos requerimentos conflitam com a prerrogativa regimental da comissão de obras. Portanto, eu encaminhei pela não continuidade das frentes parlamentares”, explicou.

Porém, afirmou Bueno, “dada a importância do tema para a sociedade paranaense” foi feita a opção pela criação de um grupo interno da própria comissão para tratar o assunto. Neste grupo, disse o deputado, seriam colocados servidores técnicos para discutirem as novas concessões de pedágio no estado.

Presidente da comissão fala em "despolitizar" a discussão

O modelo, porém, não chegou a ser votado na comissão. O deputado Arilson Chiorato pediu vistas, e o tema deve voltar a ser analisado na Alep somente na próxima segunda-feira (3). Para o relator da Comissão de Obras Públicas, Transportes e Comunicação, o grupo interno de trabalho deve ser aprovado sem grandes problemas.

“Temos que despolitizar a discussão nesse momento”, apontou Bueno, “e termos uma discussão técnica sobre a melhor modelagem, sem perder o norte do nosso objetivo que é ter uma tarifa mais baixa possível, com uma concessão transparente na bolsa de valores e garantia de obras. É evidente que todos sabemos da necessidade de um pacote de mais de R$ 40 bilhões em investimentos, como a duplicação da BR-277 em toda sua extensão. Sabemos que as novas tarifas de pedágio precisam comportar esse pacote de investimentos. Esse é o nosso norte, o qual não podemos perder de vista. E creio que a Comissão de Obras tem sim toda a condição de acompanhar essa discussão nessa reta final”, disse.

Para deputado, criação de grupo de trabalho é uma "usurpação"

A reportagem também procurou o deputado Arilson Chiorato, que classificou a criação do grupo interno de trabalho como “uma saída pela tangente” por parte do Governo do Estado. Em entrevista à Gazeta do Povo, ele contestou a alegação de que uma nova frente parlamentar sobre os pedágios estaria em conflito com a própria comissão, e disse que vai se defender do que chamou de “usurpação”.

“Quando eu constituí a frente parlamentar na legislatura passada, a Comissão de Obras na época deu um parecer dizendo que tinha sim convergência temática, mas que ainda assim era necessário ter essa frente porque a concessão de rodovias era apenas um dos muitos itens abarcados pela comissão. O parecer do Gugu Bueno disse que o tema é conflitante. Pedi vistas, vou fazer meu voto em separado, juntando toda a legislação possível e vou tentar me defender dessa usurpação, já que o governo Ratinho Júnior está tomando a frente parlamentar de assalto”, disparou.

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