A Companhia Paranaense de Gás (Compagas) e o Consórcio Intermunicipal para Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos (Conresol) da Região Metropolitana de Curitiba firmaram uma parceria para avaliar a possibilidade da utilização dos resíduos sólidos urbanos na produção de biometano. Por ser quimicamente semelhante ao gás natural, que tem origem fóssil, o biometano pode ser distribuído pela Compagas.
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Gás natural produzido a partir do processamento de purificação do biogás, que provém da decomposição de resíduos orgânicos urbanos e agropecuários, o biometano tem potencial para integrar a iniciativa Compagas+Verde, que investe na busca de soluções sustentáveis e de energia limpa para expandir a atuação da Companhia no Paraná.
"O biometano é quimicamente semelhante ao gás natural, por isso pode ser injetado na nossa rede. O Paraná tem um ótimo potencial para a produção do biometano. Aqui temos os dejetos animais, da produção do agro e também os vegetais, da cana de açúcar e soja, por exemplo. A região de Curitiba não é forte no agronegócio, mas pode compensar com a geração de lixo orgânico, que também é fonte de biometano", comenta o presidente da Compagas, Rafael Lamastra Junior.
O protocolo de intenções para estimular a utilização dos resíduos sólidos urbanos na produção de biometano, foi assinado durante a 53ª Assembleia do Conresol, realizada na capital do Paraná em maio. O consórcio, formado por 24 municípios da Região Metropolitana de Curitiba, é responsável pela organização da gestão do sistema de tratamento e destinação dos resíduos sólidos. Ele abrange uma área com mais de 3 milhões de habitantes.
“Esse evento marca o momento da descarbonização da economia da Região Metropolitana de Curitiba. É um futuro que está começando, que é possível, que é viável e tem todos os atores comprometidos em tornar o mundo melhor”, disse o prefeito de Curitiba, Rafael Greca.
Produção local de biometano pode substituir importações de gás boliviano
Além de trazer vantagens para o meio ambiente - por ser uma energia eficiente, limpa e 100% renovável - o biometano também traz mais autonomia para o Paraná na produção de fontes de energia. Hoje parte do GNV que abastece o estado é importado de outros locais, como a Bolívia.
"O biometano é um produto estratégico para a Compagas, pois tem as mesmas características e aplicações do gás natural, mas com a vantagem de poder ser produzido localmente e a partir de fontes renováveis. É um combustível que pode ser utilizado em veículos do transporte público, como no ônibus a gás que passou por testes na Capital, e colaborar para a redução de até 90% nas emissões de CO2 na atmosfera", explicou Lamastra.
Estrutura deve estar pronta em 2025
Uma chamada pública realizada pela Compagas recebeu 22 propostas de aquisição de biometano, com um volume que pode ultrapassar 380 mil metros cúbicos. O presidente da companhia estima que até 2025 a rede da Compagas já esteja apta para o biometano.
"Este pode ser o caminho para alcançarmos uma geração contínua e descentralizada de energia limpa, que permite a expansão da área de cobertura do gás canalizado para o interior do estado. Isso vai permitir o atendimento a indústrias, cooperativas e para a frota veicular, inclusive de transportes pesados, como caminhões e ônibus”, destacou o presidente da Compagas.
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