O deputado estadual Hussein Bakri (PSD), líder do governador do Paraná Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa, afirmou que defende um modelo de concessão rodoviária que consiga unir “menor preço com obras” e que o governo estadual está trabalhando justamente para colocar tal configuração em prática. Bakri sinaliza, contudo, que não é possível cravar posições. Ele destaca que “o momento é de debate” e lembra que é o governo federal quem conduz a nova modelagem do Anel de Integração.
As novas declarações do líder foram dadas em entrevista à RPC-TV, logo após Bakri participar de uma audiência pública sobre o novo pedágio, em Cornélio Procópio, sexta-feira (12). Na audiência pública, Bakri seguiu os demais parlamentares que participavam do encontro e defendeu a “menor tarifa”, chamando a atenção pela mudança de discurso. Bakri e a gestão Ratinho Junior até então andavam afinados com o governo federal, cuja proposta é a do leilão híbrido, que alia desconto limitado na tarifa a um valor de outorga a ser pago pela empresa vencedora. Para a maioria dos parlamentares do Paraná, o leilão híbrido não gera tarifas baixas. Para o governo federal, é o modelo certo para garantir a execução de obras.
“Nesse primeiro momento é uma decisão minha. Evidentemente que a palavra final é do governador, vai ser embasada em questões técnicas com o secretário Sandro Alex, com toda a questão governamental. Mas o governador tem dito em reuniões, falou para mim, de que o desejo dele é que no momento adequado nós possamos ter na prática o seguinte modelo: uma conjunção entre obras no período inicial do contrato e preços menores. É o que o governador deseja e é para isso que ele vai trabalhar”, disse Bakri.
Mas o líder lembra, na sequência, que cerca de 80% das rodovias que integram o desenho da concessão são federais e que é o governo federal quem está à frente da construção da nova modelagem. “Evidentemente que tem uma conjuntura toda de discussão com o governo federal, é quem está tratando com o Estado. E o nosso governador vai tomar a posição final levando em conta todo esse debate, essas condições. Mas, repito, eu ouvi do governador que ele deseja que tenhamos essa conjunção, que é menor preço, com obras. Como vai se buscar isso são as questões técnicas que serão discutidas entre a secretaria de estado de Infraestrutura e Logística, o próprio ministério. Isso vai ter longos debates”, afirmou ele.
Ainda durante a entrevista à RPC-TV, Bakri nega que tenha mudado de ideia. “Nós estamos apenas iniciando o debate e no momento certo serão tomadas as decisões mais corretas. Eu falei que o governador não tinha tomado posição nenhuma, o governador estava escutando os diversos segmentos da sociedade, e é assim que está acontecendo. Está tudo no seu tempo. Agora é o tempo do debate, é o tempo do convencimento, é o tempo das propostas, é o tempo das análises. Evidentemente que todos nós queremos o menor preço. Agora, só o menor preço, sem que tenha obras, não é possível. Como é que se faz isso? Aí é que se encontra a grande questão. O governo está estudando, está trabalhando”, disse ele. “Trabalhar no sentido de convencer o governo federal que é o detentor, que é o autor desse modelo, a tentar construir um modelo melhor para o Paraná. Sem politicagem, sem bravatas que não cabem nesse momento”, continuou ele.
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