A confiança da indústria paranaense está em queda, ficando atualmente no limite do que se considera ainda como otimismo pelo levantamento feito pela Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) em parceria com a Confederação Nacional da Indústria (CNI). O resultado de março do Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI) aponta 53,9 pontos - acima de 50 ainda é considerado otimismo -, na escala que vai de 0 a 100. São 4,8 pontos a menos em relação a janeiro (58,7) e 3 na comparação com o mês passado (56,9).
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A queda é ainda maior na comparação com o mesmo período de 2021. Em janeiro de 2021, o ICEI estava em 67,8 pontos; em fevereiro, em 63,8; e, em março, em meio à segunda onda da Covid-19 no Brasil, havia fechado em 53,3 pontos. No pior momento da pandemia, em maio de 2020, foi alcançado o pior resultado da pesquisa, com 31,6 pontos registrados.
Marcelo Alves, economista da Fiep, sugere que os resultados de agora já possam ser reflexo do conflito entre Ucrânia e Rússia, no Leste Europeu, e dos constantes reajustes no preço dos combustíveis aqui no Brasil. “Nitidamente há uma piora de cenário. A realidade para o empresário, que já era duvidosa com relação à recuperação mais rápida da economia no ano passado, ficou mais incerta porque a guerra tem impactos globais e ainda não se sabe a extensão deles”, opinou.
“Já são mais de 30 dias de conflito e crescem as incertezas com relação ao PIB Mundial porque são muitas sanções e grandes economias estão envolvidas nessa questão. Some-se a isso que o mercado de grãos, fertilizantes, gás e petróleo, dos quais Rússia e Ucrânia são protagonistas, já estão sendo afetados por conta do conflito e isso pode interferir na oferta e no preço desses produtos no mercado internacional”, completou.
A alta cotação do barril de petróleo no mercado internacional não tem reflexo somente nas indústrias que importam insumos e matérias-primas de alta tecnologia e produtos químicos. “É um efeito cascata. Além da produção de itens como plástico, por exemplo, toda a logística de escoamento da produção tem como base o transporte rodoviário. O diesel mais caro aumenta o preço do frete e os custos do empresário que nem sempre pode repassá-los adiante para não perder competitividade”, finaliza o economista.
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