Acostumado a manhãs movimentadas, com a circulação de centenas de pessoas por hora, o Aeroporto Afonso Pena, na região metropolitana de Curitiba, amanheceu irreconhecível – efeito do medo causado pela pandemia de coronavírus. Poucas dezenas de pessoas circulavam pelo maior terminal aéreo do estado por volta das 10 horas. O que se via eram saguões, lojas e lanchonetes quase às moscas.
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De acordo com uma funcionária da Infraero no local, a queda no movimento bateu pelo menos 50% em relação a um dia normal. Entre as 5h35 e 11h45, dez voos foram cancelados (somente 23 foram confirmados), de acordo com a Infraero. A taxa supera e muito o número de cancelamentos de uma quarta-feira – a suspensão dos voos é eventual e se dá por questões climáticas, na maioria das vezes.
Somente a Azul Linhas Aéreas desmarcou seis dos seus voos programados para esta manhã. Na segunda-feira, a companhia já havia anunciado que suspenderia operações em várias cidades por “queda na demanda”. Os voos desta manhã deixaram na mão passageiros que iriam para o interior do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
“Visando equilibrar a demanda e a oferta, a Azul está realizando ajustes em sua malha doméstica e internacional. Ao todo, a companhia está reduzindo sua capacidade consolidada de 20% a 25% no mês de março e entre 35% a 50% em abril e meses seguintes até que a situação se normalize. A Azul ressalta ainda que já trabalha na reacomodação dos clientes afetados pelas alterações”, apontou a companhia em nota.
“Provavelmente, algumas operações em Curitiba podem ser afetadas em alguns dias, mas, infelizmente, não temos como fazer recortes por cidade/estado”, descreveu a Azul, ao ser questionada sobre número de passageiros impactados.
Mesmo no check-in da Gol, que desmarcou apenas um voo, a cena contrastava com a rotina movimentada. Um funcionário responsável pelo auxílio nos procedimentos de embarque afirmou que o movimento caiu pela metade de terça para quarta-feira.
As chegadas também foram impactadas. Sete voos com destino a Curitiba não decolaram – como comparação, 21 chegaram à capital paranaense. Os dados da Infraero são das primeiras doze horas desta quarta-feira.
Somente os guichês de compra e troca de passagens apresentavam pequenas filas – resultado da realocação necessária dos passageiros. “Só vim porque é muito importante esta viagem e não tinha como desmarcar. Mas vamos repensar esses deslocamentos nesta semana”, disse Ítalo Zincchini, representante comercial que buscava lugar em uma aeronave com destino ao Rio Grande do Sul.
Ele, como a maior parte dos passageiros e funcionários do aeroporto, usava máscara de proteção para evitar contágio pelo novo coronavírus.
Funcionária da Lanches Popular, no terceiro piso do aeroporto, uma das mais movimentadas do terminal, Osana Lima indica que o movimento caiu 90% nesta quarta-feira. Sem fluxo, ela e uma companheira de trabalho acompanhavam as notícias do coronavírus em uma tevê instalada para os clientes. Ela não sabe precisar quantas pessoas costumam fazer refeições no local, mas indica que momentos de “folga” como aqueles são impossíveis em dias normais.
O clima de marasmo também era visível nos motoristas de táxis e ônibus fretados. Com pouca saída, as áreas de espera ficaram cheias de carro e ônibus parados.
O medo pode ser medido pelo fluxo de compras em uma farmácia instalada na área de embarque do aeroporto. De acordo com um dos funcionários, o movimento caiu bruscamente. Em compensação, a venda de itens de proteção aumentou, como de álcool gel de 100 ml (a R$ 10 o frasco). Somente em máscaras, a farmácia vendeu mais de mil unidades (R$ 4) nos últimos dois dias. Antes, a venda desse ítem “quase não existia”, diz.
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