Os profissionais de saúde são, estatisticamente, os mais expostos à contaminação pelo novo coronavírus. Mas os riscos podem ser reduzidos drasticamente com a adoção de equipamentos de proteção individual (EPIs) e de uma série de cuidados. Por enquanto, tem dado certo no maior estabelecimento de saúde do Paraná. Até o momento, nenhum caso de funcionário contaminado foi registrado no Hospital de Clínicas (HC). Trabalham na unidade 4,3 mil pessoas (3,5 mil servidores e 800 terceirizados), mas há também o perigo de exposição dos pacientes de outras enfermidades.
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A superintendente Claudete Reggiani conta que ações estão sendo realizadas em várias frentes. Uma das decisões foi o remanejamento de profissionais do grupo de risco, como pessoas com mais de 60 ou com alguma comorbidade, que foi destinado para atuar em outras áreas do hospital, longe do contato com os pacientes com Covid-19. Independentemente do setor em que atuam, os profissionais estão passando por capacitação. Claudete explica, por exemplo, que a colocação e retirada das roupas exige atenção e muitas vezes auxílio de outro profissional.
Uma empresa cedeu um aplicativo que está sendo usado para monitorar o estado de saúde e também os riscos de contágio dos trabalhadores. Essa plataforma faz o monitoramento do pessoal interno. Ela conta que também estão sendo estudados os exemplos de sucesso no mundo, como um hospital de Nápoles que não teve nenhum registro entre os funcionários. “Eu vejo que as pessoas estão se cuidando e com medo. Eu mesma estou no grupo de risco, pois tenho mais de 60 anos”, comenta.
A partir de terça-feira (7), 80 profissionais que se cadastraram poderão passar as horas de descanso no alojamento do estádio Couto Pereira. A parceria com o Coritiba foi negociada pela organização Amigos do HC, para dar conforto e isolamento voluntário para quem não quer voltar para a casa, pelo risco de contaminar outras pessoas. A mesma ONG está pedindo a doação de enxoval (lençóis, travesseiros, cobertores e toalhas).
Metade do HC está reservada para os atendimentos do novo coronavírus. Inclusive entradas segregadas foram instituídas, para diminuir as chances de contato. Enquanto os demais pacientes que continuam recebendo atendimento na unidade, como os casos oncológicos, são triados no acesso principal, em duas tendas instaladas em áreas ventiladas, os profissionais das alas exclusivas e também os casos suspeitos são recebidos em uma entrada lateral.
Pelo menos 11 pacientes com suspeita de coronavírus estão internados no HC – mas houve apenas uma confirmação, de uma mulher que está na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), e o restante aguarda a realização de testes. Em breve o hospital deve ganhar reforço de pessoal. Devem ser chamados em maio os 180 aprovados no concurso público feito em fevereiro. Além disso, um edital de cadastro de reserva foi aberto para empresa responsável pela administração e, caso haja a necessidade de afastamento de profissionais por motivos de saúde ou excesso de demanda, trabalhadores temporários podem ser convocados.
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