Com o objetivo de ajudar famílias que vivem da pesca no litoral do Paraná, mas que estão sem poder trabalhar por causa da pandemia de coronavírus, um grupo de voluntários está distribuindo cestas básicas para moradores de comunidades caiçaras. Em menos de um mês de ação, o SOS Ilhas já ajudou mais de 200 famílias, distribuindo 450 cestas básicas, o equivalente a sete toneladas de alimentos. Para que o projeto siga ativo, os organizadores pedem doações de dinheiro para compra de mais mantimentos.
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Assim que a pandemia causada pela Covid-19 passou a impactar na rotina dos paranaenses, Carolina Paschoal, que é diretora de uma escola em Curitiba, pensou que deveria ajudar aqueles em situação de vulnerabilidade. Foi com essa ideia em mente, e uma vontade de “arregaçar as mangas”, que ela ligou para o amigo João Paulo Santana, morador de Morretes, que trabalha com atividades na região relacionadas à movimentação náutica. Jopa, como é conhecido pelos amigos, contou a Carolina sobre a situação de vulnerabilidade que os pescadores da região litorânea estavam enfrentando, uma vez que não conseguem mais vender os peixes. Então, os dois decidiram que fariam algo por aqueles que, no momento, estão sem nenhuma fonte de renda.
"Sempre perguntamos, e aí como está a pesca? Eles dizem: parado né?! Algumas pessoas não têm nem um único quilo de arroz em casa. A situação é muito triste", relatou a idealizadora.
A iniciativa foi agregando outras pessoas com disposição para ajudar e hoje conta com nove voluntários, que participam de todas as etapas da ação, desde a arrecadação de dinheiro e contabilidade, a compra dos alimentos, transporte e entrega nas comunidades, esta feita via barco.
“Essa campanha me deu uma lição de que ninguém nessa vida consegue nada sozinho. Sem ajuda destes voluntários maravilhosos, o Jopa e eu jamais teríamos conseguido ir tão longe”, contou Carolina.
A ação está atendendo pescadores artesanais caiçaras que vivem no Complexo Estuarino de Paranaguá, Antonina e Guaraqueçaba. Localidades como São Miguel, Vila Maciel, Bertioga, Barbados, Guapicum, Sebuí, Fátima, Abacateiro e Rita já foram ajudadas. O acesso até as pequenas vilas não é fácil, por isso, o SOS Ilhas precisou agregar ao grupo pessoas que fizessem essa “ponte” entre as doações e os moradores.
“O Zé Hugo é o voluntário que tem o barco e nos leva até a ilha, e o Pedro Cordeiro é quem conhece os líderes das comunidades e nos leva até eles, ajudando a identificar os locais com mais necessidades”, detalhou a diretora.
João Paulo destaca a dificuldade em ajudar comunidades que vivem na água, pois é necessário contar com boas condições das marés, vento e chuva para que as entregas sejam realizadas. “Não basta simplesmente comprar uma cesta básica e querer entregar. Estamos falando de uma região com mais de 600 km² de área de lâmina de água, em que as pequenas embarcações podem encalhar, onde não pega celular, não tem posto de combustível e outro tipo de prestação de serviço", explicou.
Nesta semana, o SOS Ilhas recebeu 147 cestas básicas do Grupo Solidário, que serão entregues assim que a condição climática permitir. Mesmo com essa ajuda, Carolina, Jopa e os demais voluntários pedem para que a ação siga sendo viabilizada.
Para ajudar o projeto SOS Ilhas basta entrar em contato por meio do Instagram do grupo: @sosilhas, ou fazer doação em uma das seguintes contas:
- Bradesco: Agência 3220 - Conta Corrente 8391-7 CPF 008.623.629-62. Carolina Paschoal
- Caixa Econômica Federal: Agência 2152 Conta Corrente 24917-4 CPF 948.072.729-34
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