Os tapetes de Corpus Christi confeccionados com serragem, areia, pedras coloridas e borra de café são atrações em Curitiba, capital paranaense. Há mais de 300 anos, a celebração religiosa ocorre na cidade que se consolida, a cada ano, como uma das referências nacionais de Corpus Christi
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Na edição 2024, a expectativa é reunir cerca de 100 mil pessoas em uma procissão de mais de dois quilômetros no dia 30 de maio. No ano passado, 116 tapetes foram feitos com ajuda de 4 mil voluntários. O evento reuniu 120 mil pessoas. A procissão com os tapetes passou pela Catedral de Curitiba, praça Tiradentes, praça Nossa Senhora de Salete e Centro Cívico. Neste ano, o percurso será o mesmo.
“Em torno de 15 dias antes de Corpus Christi, começamos as visitas em comunidades terapêuticas, asilos, unidades prisionais, onde levamos Jesus eucarístico para visitar esses lugares”, disse o coordenador do evento de Corpus Christi em Curitiba, padre Juarez Rangel.
A festa é um evento católico que celebra o mistério da eucaristia e foi instituída pelo Papa Urbano IV no dia 8 de setembro de 1264. O evento tem como principal marca os tapetes decorativos com imagens litúrgicas utilizando serragem, borra de café, cal, pedras e areia colorida para a procissão em meio aos desenhos.
Neste ano, haverá um Flash mob (grupo que se reúne para dançar) na rua Cândido de Abreu, promovido pelo setor Juventude da Arquidiocese de Curitiba. Também, estão previstos teatro amador com cenas eucarísticas e concurso de fotografias amadoras e profissionais.
“Teremos a missa às 15 horas e depois a procissão. A procissão vai até o Palácio Iguaçu onde se encerra com a benção do Santíssimo. O padre Reginaldo Manzotti fará o encerramento com algumas músicas”, informa Rangel.
A expectativa da Arquidiocese de Curitiba é arrecadar mais de 10 toneladas de alimentos com doação dos fiéis que irão participar da procissão.
Corpus Christi de Curitiba se diferencia por união no centro da capital
O evento de Corpus Christi em Curitiba já passou por algumas mudanças ao longo dos últimos anos. De 1950 a 1970, à época de Dom Manual da Silveira, a procissão chegou a começar no bairro Mercês e terminar na catedral, mas com poucos tapetes. Em outro momento, as procissões começaram a ser nas paróquias, espalhadas nos bairros da cidade.
Porém, em 2017, o Dom José Antonio Peruzzo, arcebispo metropolitano de Curitiba, orientou que não houvesse mais confecção de tapetes e procissões nas paróquias. Mas que houvesse uma concentração dos fiéis no centro da capital. Com isso, o número de pessoas participando do evento aumentou.
“O Corpus Christi de Curitiba se diferencia, pois o desafio foi fazer uma festa da unidade. Houve uma disposição do Dom Peruzzo que foi acolhida. Esse é o diferencial, uma festa da unidade e de identidade cristã católica”, ressalta padre Juarez Rangel.
“O coração se enche de alegria”, afirma jovem católica
A arquiteta Fernanda Campos Pacher participa desde criança da procissão de Corpus Christi em Curitiba. Antes de ser centralizado, a arquiteta participava da procissão que acontecia na paróquia, no santuário São Judas Tadeu, no bairro Hauer.
“Uma celebração de fé ver tantas pessoas de vários lugares diferentes, partilhando da mesma fé, com orgulho de ser católico. Isso é grandioso, o coração se enche de alegria, não apenas na confecção dos tapetes, mas na Santa Missa e procissão. Um mar de gente comungando da mesma fé”, destaca.
Fernanda conta que guarda ótimas lembranças, principalmente da confeccção dos tapetes com pedrinhas coloridas em cima de um molde feito de TNT.
“Eu e minha família estaremos lá. Não apenas a família de casa, mas a família do santuário. Cada um ajuda como pode, desde desenhos até tingir os materiais e guardar itens que podem ser usados. Depois, celebrarmos todos juntos na santa missa e procissão.”
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