A Assembleia Legislativa do Paraná instalou nesta terça-feira (4) a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) destinada a apurar supostas irregularidades no contrato firmado pelo governo do Paraná em 2015 com a empresa JMK, responsável pela contratação de oficinas para consertos da frota oficial. Na primeira reunião do grupo, formado por 11 parlamentares, também ficaram definidos os nomes que ocuparão a presidência, a vice-presidência e a relatoria da CPI.
Autor do requerimento que propôs a investigação, o deputado Soldado Fruet (Pros) foi confirmado para a cadeira de presidente do grupo, como já era esperado. Tião Medeiros (PTB) foi escolhido para ser vice-presidente do colegiado. Já a relatoria ficou nas mãos do Delegado Jacovós (PR), depois de uma disputa inesperada.
Até a véspera da reunião, o nome do deputado Luiz Fernando Guerra (PSL) era dado como certo para a relatoria, dentro de um acordo feito nos bastidores e que reservava a vaga para o PSL. No momento da reunião, contudo, Guerra abriu mão da indicação para o Delegado Jacovós e o deputado Michele Caputo (PSDB) também se colocou como candidato.
Caputo alegou ter recebido um convite do líder governista, deputado Hussein Bakri (PSD), para assumir a relatoria. A informação gerou desconforto na reunião e Jacovós reagiu com irritação. “Não aceito que a liderança do governo faça compromissos sem me comunicar. Porque eu também faço parte da base. É uma palhaçada”, afirmou Jacovós. Por causa do protesto, Caputo abriu mão da disputa, retirando o nome. E Jacovós foi escolhido para a vaga.
Horas depois, a tentativa da liderança governista de interferir no andamento da CPI – com a indicação de Michele Caputo – foi parar no plenário da Assembleia. Bakri subiu à tribuna para “rechaçar de pronto qualquer insinuação” de que o governo Ratinho Junior (PSD) teria interesse em controlar os trabalhos da CPI. “O governo não se mete em CPI. Que apure o que tenha que ser apurado”, disse Bakri.
O líder governista reforçou, contudo, que não vê de que maneira a CPI poderia avançar em um caso que já está na mira da Polícia Civil. “O que a CPI vai achar mais do que a Polícia Civil já está apurando? Alguém pode me responder? Só espero que não atrapalhe. É a única preocupação que nós temos”, criticou Bakri, em referência à Operação Peça Chave, deflagrada no último dia 28 pela Divisão de Combate à Corrupção, da Polícia Civil do Paraná.
O pedido de abertura da CPI é anterior à Operação Peça Chave – foi constituída em 20 de maio. Mas o início efetivo dos trabalhos no âmbito do Legislativo – nesta terça-feira (4), a partir da instalação do colegiado – só ganhou força por causa da entrada da Polícia Civil.
Em entrevista à imprensa após ser eleito relator da CPI, Jacovós antecipou que o delegado-chefe da Divisão de Combate à Corrupção, Alan Flore, deve ser o primeiro a ser ouvido pela CPI. “Vamos chamar os investigadores e saber quais documentos podemos ter acesso”, disse ele, que também não descartou convocar “membros do governo anterior”. O contrato com a JMK foi feito pela gestão Beto Richa (PSDB) em 2015. A duração inicial era de 12 meses mas, com três aditivos, o governo foi prorrogando a contratação até julho deste ano.
A CPI tem 120 dias de trabalho, com possibilidade de prorrogação por mais 60 dias. A próxima reunião ocorrerá na terça-feira (11), às 11 horas.
Juristas dizem ao STF que mudança no Marco Civil da Internet deveria partir do Congresso
Idade mínima para militares é insuficiente e benefício integral tem de acabar, diz CLP
“Vamos falar quando tudo acabar” diz Tomás Paiva sobre operação “Contragolpe”
Boicote do Carrefour gera reação do Congresso e frustra expectativas para acordo Mercosul-UE
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná