A recuperação da economia paranaense, puxada pela indústria e comércio – que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), crescem desde maio – e pela lenta reação do setor de serviços, que registra expansão desde julho - vai ser atenuada pela estiagem, que reduziu a geração de energia no estado, e pelo arrefecimento do consumo.
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“A economia paranaense tem uma dependência grande do clima, pois ela afeta dois segmentos importantes para a economia paranaense: a geração de energia elétrica e a produção do campo”, diz Júlio Suzuki, diretor de pesquisas do Instituto Paranaense do Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes).
Consumo vem perdendo dinamismo
Mas não é só a falta de água que preocupa os especialistas ouvidos pela Gazeta do Povo. O consumo está dando sinais de arrefecimento. “Há setores que vêm perdendo o dinamismo”, diz Suzuki. Dados do sistema de análise da Receita Estadual mostram redução no ritmo de vendas de material de construção e ferragens; farmácia; informática e telefonia e cosméticos, perfume e higiene pessoal.
Meiners lembra também que o auxílio emergencial já sofreu um corte e o nível de emprego ainda não se recuperou na zona metropolitana de Curitiba.
O início do ano também promete ser desafiador. Além de ser um período sazonalmente mais fraco, os novos governos não vão contar com o auxílio do governo federal. “Eles vão chegar com uma queda violenta na receita”, enfatiza o professor da PUC-PR.
Indústria sem desempenho excepcional
Mesmo a indústria, que vem em alta nos últimos meses, não tem tido um desempenho excepcional, diz o professor Wilhelm Meiners, do Estúdio de Economia e Finanças da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR).
Segundo ele, ainda há muito espaço para a recuperação das fábricas. Segundo o IBGE, nos últimos nove meses, a produção industrial foi 7,2% inferior à da mesma época de 2019.
O que prejudica um melhor desempenho da indústria, diz, é a situação das montadoras. A fabricação de veículos automotores no Paraná caiu 40,4% no ano, comparativamente a 2019. E a recuperação aos níveis pré-crise não deve vir tão cedo. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) aponta que a retomada deve vir só em 2025.
Dados históricos
O esfriamento de ânimos coincide com a divulgação de dados do IBGE que mostram que o Paraná cresceu menos do que a média nacional em 2018. Naquele ano, a economia paranaense encolheu 1,2%, motivada por condições climáticas adversas, que afetaram a safra, e pela crise na Argentina, que afetou a indústria automobilística paranaense.
O cenário pode não ter sido melhor no ano passado. Enquanto a economia brasileira cresceu 1,14%, o Ipardes projetou uma retração de 0,38% para a paranaense.
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