O nível baixo dos rios no Paraná impacta diretamente as usinas hidrelétricas, que precisam da água para fazer girar as turbinas. Mas a estiagem prolongada, com recordes históricos, não ameaça a oferta de energia elétrica. É que a gestão da geração é integrada em todo o país, coordenada pelo Operador Nacional do Sistema (ONS), que regula quem deve produzir em qual momento. E a chuva que está faltando no Paraná está sobrando no Norte e no Nordeste. Com isso, é possível equilibrar o sistema, fazendo as usinas que estão com reservatórios cheio gerar mais, para compensar as baixas em outras unidades.
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Assim, cerca de 60% do que está sendo consumido de energia elétrica no Paraná vem de outros estados, no momento. Mas isso também não significa prejuízo financeiro para as usinas. Como quem determina a quantidade de geração é o ONS, os valores que são pré-combinados continuam sendo repassados. Quando a produção é a impactada de forma generalizada no Brasil, aí é preciso acionar outros tipos de geração, como termelétricas, que tem a energia mais cara, e essa despesa acaba sendo repassada aos consumidores. Um dos modos é o sistema de bandeiras tarifárias.
Entre os rios mais afetados pelas chuvas abaixo da média, ao longo de vários meses, é Iguaçu, onde estão três usinas da Copel, além de outras hidrelétricas, algumas com participação societária de estatal paranaense. E a bacia do Iguaçu representa 50% do potencial energético da rede sul. A usina que apresenta os números mais impactantes é de Foz do Areia, que tem o maior reservatório, atualmente com cerca de 14% da capacidade. Em tese, é possível operar até chegar a 0%. Mas, por ordem do ONS, as hidrelétricas do Iguaçu reduziram a produção, para poupar água.
Aproveitando que o Parque Nacional do Iguaçu está fechado desde março, a usina de Baixo Iguaçu conseguiu autorização para inclusive diminuir a vazão que libera para as Cataratas. Anderson Nascimento de Araújo, engenheiro de Recursos Hídricos da Copel, comenta que os níveis baixos no rio foram percebidos a partir de junho de 2019. “Não tem mais nada que a gente possa fazer. Se não houvesse o sistema interligado, estaríamos numa situação complicada”, comenta. Além das condições adequadas em outros estados, que garantem o fornecimento, a queda na movimentação econômica levou a um menor consumo de energia.
Itaipu
O Rio Paraná, que fornece água para a usina de Itaipu, também está com níveis bem baixos. Por ordem do ONS, a operação está em 60% da capacidade. Comparando com o primeiro quadrimestre do ano passado, a produção do mesmo período de 2020 foi aproximadamente 5% menor, devido à redução na demanda do sistema elétrico brasileiro e paraguaio, provocada pela pandemia do coronavírus.
Em resposta à Gazeta do Povo, a Itaipu informou que “a água que chega é suficiente para gerarmos o necessário, programado pelo ONS”. E complementa: “se estivéssemos com uma demanda alta e com pouca água no Norte, e precisássemos gerar aqui na Itaipu, aí sim a estiagem influenciaria”. Mesmo com o reservatório em baixa, a usina passou a abrir o vertedouro em maio, por períodos de algumas horas. Em tese, o dispositivo só é acionado quando sobra água. Mas é que o nível do rio, no lado paraguaio e também no argentino estava muito baixo, dificultando a navegação, meio usado principalmente para transporte de cargas nos países vizinhos. A última vez que o vertedouro tinha sido aberto foi em 16 de junho de 2019.
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