Nesta terça-feira (17), a jornalista e ex-candidata à prefeitura de Curitiba, Cristina Graeml (sem partido), confirmou à Gazeta do Povo que está deixando o Partido da Mulher Brasileira (PMB) junto com o articulador político, Eduardo Pedrozo (sem partido).
Graeml afirmou que vai "sair sim do PMB" e deve emitir em breve um comunicado oficial. Ela negou que já esteja definido o cargo ao qual vai concorrer em 2026. "Não tenho dito que vou disputar uma das vagas do Senado ou o Palácio Iguaçu [governo do estado do Paraná]. São meus apoiadores que dizem isto", diz ela. Graeml contou ainda que, no momento, está focada no retorno ao jornalismo.
A saída ocorre após desgastes no PMB junto à executiva nacional, com episódios como uma ação na Justiça movida pelo diretório estadual contra a presidente do partido, Sued Haidar Nogueira, que tentou dissolver os diretórios municipais e estaduais da sigla pelo país após o lançamento do nome de Graeml nas convenções partidiárias.
"Nós conseguimos assegurar a candidatura da Cristina Graeml na Justiça", diz Fabiano dos Santos, presidente estadual do PMB durante a campanha municipal, à Gazeta do Povo. Dos Santos recebeu com surpresa a notícia de que Graeml estaria deixando o partido.
"Estranho a notícia de que ela estaria saindo do PMB, realmente não tenho esse conhecimento, não comunicou a gente e acredito que, por tudo o que fizemos para manter a candidatura dela, o mínimo era haver uma conversa acerca disso", diz Santos.
"O PMB passa por uma disputa judicial que acredito que nós iremos vencer, a [executiva] nacional bagunçou o partido, lutando contra si própria. Acho que conseguimos dar um recado muito claro e a Justiça depois vai também concretizar essa questão da mudança", complementou.
Filiação de Cristina Graeml ao PL está descartada, afirma articulador político
Em entrevista à Gazeta do Povo, o articulador político de Graeml, Eduardo Pedrozo, descartou a possibilidade de Graeml se filiar ao Partido Liberal (PL), apesar das boas relações da jornalista com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
"Nossa conversa com o PL antecede as eleições municipais, mas sempre encontramos dificuldade. Me parece que o Filipe Barros e o Paulo Eduardo Martins não enxergam com bons olhos a entrada da Cristina no partido, por motivos óbvios", afirmou ele.
Em relação ao deputado federal Filipe Barros (PL-PR), o articulador político afirma que Graeml representa uma ameaça em caso de disputa pela vaga ao Senado em 2026. "Se ela for para um partido grande, independentemente se é o PL ou outro qualquer que dê tempo de televisão para ela, Barros enfrentará dificuldades para conseguir uma das vagas do Senado", afirmou.
Sobre o ex-deputado federal e vice-prefeito eleito de Curitiba, Paulo Martins (PL), Pedrozo afirma que ele foi o responsável por barrar a aliança política entre PMB e PL, apoiada por Jair Bolsonaro, que colocaria o PL como vice na chapa de Cristina Graeml.
"Martins foi para a base da candidatura de Eduardo Pimentel (PSD) e não queria ter uma candidata como a Cristina concorrendo com ele", disse Pedrozo. "Ele tinha os motivos dele e hoje estão claros, Martins será vice-prefeito da cidade", afirmou.
Conflito com Dallagnol impediria ida ao Novo e outras siglas entram em jogo
Já em relação à filiação ao Partido Novo, Eduardo Pedrozo afirmou que os conflitos com o ex-deputado federal Deltan Dallagnol seriam um fator impeditivo. "O Novo é um partido que hoje, aqui no estado do Paraná, serve a um dono que se chama Deltan Dellagnol. O interesse do Deltan passa bem longe do interesse da Cristina, ele de forma até injusta a tratou muito mal no segundo turno, fez vídeo contra ela. Por conta disso não há interesse nenhum da nossa parte em conversar com o Partido Novo", afirmou.
Pedrozo afirmou ainda que não vê espaço para que o conflito seja relevado. "Na política as pessoas falam que é preciso perdoar tudo depois que a eleição acaba, mas tem coisa que ela não precisa relevar. Ela não precisa mudar a personalidade dela, o caráter e a boa conduta que sempre teve no jornalismo para poder entrar na política", complementou.
Sem o PL e o Novo, os partidos que estão em jogo para a filiação de Cristina Graeml são Republicanos, União Brasil e Podemos. "Se nós conseguirmos a garantia de uma legenda para 2026, ela vai concorrer. Se não conseguirmos, não tem problema, a vida segue", afirmou Pedrozo.
De acordo com ele, uma candidatura tanto para o Senado quanto para o governo do Paraná não estão descartadas. "Se você der uma olhada na rede social dela, verá que os comentários são bem ricos e 90% pedem ela no Senado. Mas a possibilidade do governo do Estado não está descartada", concluiu.
A reportagem procurou a assessoria de comunicação de Deltan Dallagnol e Paulo Martins, mas não obteve retorno. O espaço se mantém aberto para manifestação. A assessoria de Filipe Barros afirmou que não irá se manifestar.
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