Dados da Associação Brasileira da Piscicultura (PeixeBR) mostram que em 2022 a produção brasileira de peixes de cultivo chegou a 860.355 toneladas. A tilápia continua a ser o peixe mais cultivado na piscicultura brasileira. No país, foram produzidas 550.060 toneladas de tilápia no ano passado, o que representa quase 64% da produção nacional de peixes em cultivo.
Receba as principais notícias do Paraná pelo WhatsApp
O estado do Brasil líder na produção de peixe é o Paraná, com mais de 34% do volume total. Os paranaenses cultivaram 194.100 toneladas de peixe de cultivo, sendo esses a maioria de tilápia, com 187.800 toneladas de produção dessa espécie. Segundo o levantamento da PeixeBR, o Paraná representa 22,5% da produção nacional. A liderança dos paranaenses coloca o Estado como referência na piscicultura.
Mas não é somente na produção de pescados que o Estado tem destaque. A exportação paranaense de peixes também é bastante representativa - a criação comercial de tilápias está em 363 dos 399 municípios paranaenses. Dados do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (IPARDES) apontam que de 3,2 toneladas em 2018, a exportação no Paraná de peixes foi para 5,1 mil toneladas em 2022. A tilápia é a modalidade principal, representando 38% deste volume. No ano passado, as vendas de tilápia do Paraná para o exterior atenderam 34 países, sendo os Estados Unidos o principal destino.
Região Oeste é líder na produção de tilápia
Alexandre Lobo Blanco, técnico do departamento técnico do Sistema FAEP/SENAR-PR, confirmou que o trabalho na produção de tilápia no Paraná se concentra na Região Oeste, um fruto do cooperativismo e do setor privado. Ele apontou alguns motivos que propiciaram esse crescimento em pescados.
“As características da região, o solo, aprendizados que o frango e a suinocultura trouxeram para a Região Oeste, aptidão e desenvolvimento do produtor em investir em qualidade e tecnologia” são alguns dos motivos que propiciaram o aumento de produção e exportação de pescados no Paraná, apontou Blanco.
O técnico do Sistema FAEP/SENAR-PR explicou que, com os anos, a tilapicultura paranaense foi avançando. Atualmente, é uma área altamente tecnificada, desde as construções dos viveiros até o monitoramento e qualidade da água. Os produtores também têm melhorado na genética dos peixes. “A indústria de insumos também permitiu uma mecanização avançada que fez com que os produtores investissem e tivessem a segurança para vender para os frigoríficos da região e isso se alavancou. Hoje o produtor tem segurança na produção e acaba investindo em tecnologia”, afirmou.
No Paraná, há dois grandes polos em tilapicultura, Região Oeste e Norte. Mas a Região Oeste se destaca mais, com foco na produção de tilápia em viveiros escavados. Já a Região Norte, há foco na produção em tanques-rede.
Segundo Blanco, a produção de pescados no Paraná é maior em tilápia por ser uma espécie mais acessível e mais fácil de comercializar. A experiência dos produtores com a tilápia também ajuda, disse o técnico. “Faz mais de 10 anos que há um crescimento estabilizado e constante. A expectativa está consolidada, os próximos investimentos serão de automação, investimento, sensores e monitoramento de água”, ressaltou.
As cooperativas têm contribuído para esse crescimento de pescados e auxiliado a manutenção da liderança do Estado. O técnico evidenciou que as cooperativas auxiliam, principalmente, em questão de assessoria técnica, orientação do produtor e comunicação com os órgãos ambientais. As cooperativas também ajudam no fornecimento de insumos, há algumas que têm parte de produção de alevinos e ração, auxiliando o produtor com as ferramentas necessárias.
Apesar da diversidade de cooperativas no Paraná, Blanco destaca a Copacol e a C.Vale como cooperativas que têm realizado um trabalho importante na Região Oeste.
Quais as formas de criação de tilápia
O técnico explicou que há duas formas de criação de tilápia. Uma delas é em tanques-rede. Essa técnica é feita em rio, principalmente no rio Paranapanema, represa de Xavantes e produções no rio Paraná. “São tanques flutuantes que os produtores exploram a água em seu leito natural”.
Outra técnica de criação de tilápia é a produção em viveiros. “O produtor faz a escavação, seguindo normas e regulamentação para uso e descarte dessa água”, disse. “No tanque-rede, existe um limite de densidade que o produtor pode explorar na sua propriedade”.
Cooperativas contribuem para criação de tilápia e esperam crescimento maior
Para o presidente da C.Vale Coooperativa, Alfredo Lang, o crescimento da produção de pescados tem relação com a vocação dos produtores para a diversificação e a rentabilidade do negócio. “Como a maior parte dos produtores é formada por pequenos proprietários de terras, é uma necessidade deles procurar a diversificação para gerar renda extra e poder permanecer no campo. E a criação de tilápia assegura essa renda”.
Lang disse acreditar que as cooperativas dão uma grande contribuição na produção, porque atuam no sistema de integração. Como o ciclo da tilápia é de, no mínimo oito meses, é uma produção que exige um capital de giro muito alto, o que pode dificultar o produtor independente. Mas as cooperativas auxiliam nessa integração com o produtor.
“No sistema de integração, a cooperativa fornece o peixe juvenil, de até 30 gramas, a ração, assistência técnica, a despesca (retirada dos peixes dos tanques), a industrialização e a venda. O produtor entra com os tanques e o manejo”, explicou Lang. Ele destaca que com a cooperativa, os criadores de peixe têm mais segurança também.
O presidente da C.Vale, Alfredo Lang, afirmou que, hoje, as unidades da cooperativa estão abatendo 170 mil tilápias por dia. O objetivo é chegar a 175 mil até o final do ano. Já em 2024, a cooperativa terá uma quarta linha de produção,e irá permitir chegar a 220 mil peixes por dia.
A meta para este ano é produzir em torno de 40 mil toneladas. “O objetivo é mandar para a exportação 20% desse total. Estamos exportando para Estados Unidos, Canadá, China e outros países”, disse Lang.
Lang também evidenciou que a entrada das cooperativas na exportação de pescados foi mais fácil pela experiência em outras áreas. "Logicamente que a entrada das cooperativas nesse mercado, como elas produzem grandes volumes e já tinham experiência com a exportação de carne de frango, ficou mais fácil abrir mercados no exterior".
Após denúncia ao STF, aliados de Bolsonaro ampliam mobilização por anistia no Congresso
Bolsonaro tinha esperança de fraude nas urnas, diz Cid na delação; veja vídeo na íntegra
Bolsonaro aposta em Trump para uma “virada de jogo” no Brasil; acompanhe o Sem Rodeios
Motor dá sinal de fervura, mas o presidente quer acelerar
Segurança pública: estados firmaram quase R$ 1 bi em contratos sem licitação
Franquia paranaense planeja faturar R$ 777 milhões em 2024
De café a salão de beleza, Curitiba se torna celeiro de franquias no Brasil
Eduardo Requião é alvo de operação por suspeita de fraudes em contratos da Portos do Paraná