Além de contar com ônibus elétricos e melhorias nas vias, calçadas e terminais, Curitiba também terá bicicletas compartilhadas à disposição dos usuários. A ação faz parte do plano de mobilidade urbana sustentável desenvolvido pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento de Curitiba (Ippuc) em parceria com a Superintendência de Trânsito da cidade (Setran).
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Lançado oficialmente nesta quarta-feira (22) pelo prefeito Rafael Greca, em comemoração ao Dia Mundial sem Carro, o projeto para estimular a ciclomobidade na capital começou a ser desenvolvido em maio deste ano, quando um edital foi publicado convidando empresas que tivessem interesse em oferecer o serviço de maneira privada, sem custo para a Prefeitura. “Nossa proposta é que a companhia responsável instale totens nas diferentes estações construídas para divulgar mídias de patrocinadores e bancar os custos da ação”, explica a superintendente de trânsito de Curitiba, Rosangela Battistella.
Segundo ela, uma empresa se interessou pelo serviço — a brasileira Tembici — que instalará na cidade 50 estações com bicicletas tradicionais e elétricas. Essa companhia já atua no segmento desde 2010 e possui uma rede com 18 mil bikes espalhadas por diversas capitais, como São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires e Santiago.
Estação-teste no Centro Cívico no próximo mês
Em Curitiba, o trabalho começará com uma estação teste instalada na Avenida Cândido de Abreu, onde usuários poderão aproveitar o serviço na ciclovia que liga a região até o Parque São Lourenço. Esse protótipo terá inicialmente quatro bicicletas e deve ser finalizado em outubro. Se for aprovado pela Prefeitura, a empresa terá 90 dias para disponibilizar as 500 bikes distribuídas em 50 estações na cidade.
Em entrevista à Gazeta do Povo, a Tembici informou que a localização das estações que irão abrigar os equipamentos está sendo discutida com a Prefeitura de Curitiba. Os locais precisam estar adequados com os espaços disponíveis nas vias públicas, logradouros da cidade e nos principais eixos cicloviários, com maior enfoque na região central.
Depois, será disponibilizado um aplicativo para “aluguel” das bikes. Com isso, “o usuário poderá baixar o app, realizar o pagamento online e retirar a bicicleta que estará presa na estação”, explica Rosangela, ao informar que o equipamento poderá ser devolvido em qualquer uma das 50 estações de bicicletas compartilhadas instaladas pela cidade, evitando que elas sejam deixadas em qualquer lugar, perdidas ou danificadas por vandalismo. “Como já ocorreu há alguns anos com bikes e patinetes de outra empresa que não tinha essas estações para retirada e devolução”, aponta.
O preço cobrado pelo serviço à população ainda não foi definido e será específico para Curitiba, já que a empresa informa que "não possui preços tabelados". No entanto, o site da Tembicia apresenta o valor praticado em outras capitais para que o curitibano tenha ideia de como funciona o sistema de compartilhamento.
Em Porto Alegre, o aluguel fica R$ 4,49 para pedalar 15 minutos e sobe para R$ 12,90 quando o ciclista utilizar a bicicleta o dia todo, com viagens ilimitadas de até 60 minutos cada uma. Além disso, na capital do Rio Grande do Sul é possível contratar o serviço mensal por R$ 24,90 com até quatro viagens diárias. Nesse pacote, cada percurso pode custar menos de R$ 0,25.
“E teremos estações perto dos terminais para que os usuários possam usar esse modal na sequência do transporte coletivo”, informa Rosangela, ao citar que o objetivo de todas as iniciativas voltadas à mobilidade sustentável na cidade é aumentar o número de pessoas usando o sistema, incentivando que deixem o carro em casa apenas para usos em viagens ou finais de semana.
“Curitiba é a cidade com maior número de veículos se deslocando. Precisamos mudar isso para termos melhor qualidade do ar e saúde”, afirma a superintende de trânsito de Curitiba, ao citar que a infraestrutura voltada à ciclomobilidade também será ampliada. “Hoje temos cerca de 250 quilômetros de vias para ciclistas, mas queremos chegar a 450 quilômetros até 2025”, projeta.
Dicas para andar de bike pela capital
Para quem deseja conhecer o novo sistema, experimentar as bicicletas compartilhadas ou continuar andando com a própria bicicleta pela cidade, a Escola Pública de Trânsito de Curitiba (EPTran) orienta sobre algumas dicas de segurança.
De acordo com Claudionor Agibert, diretor da EPTran, é fundamental que o usuário respeite as normas de trânsito, use sempre a faixa da direita no mesmo sentido dos veículos e sempre sinalize suas intenções. “Além disso, não se distraia com celular ou fones de ouvido, não faça ingestão de álcool quando for pedalar e procure sempre ver os outros veículos e ser visto”.
A indicação, segundo ele, é usar colete refletivo durante a noite, além dos equipamentos de segurança exigidos pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB): campainha, espelho retrovisor do lado esquerdo e sinalização noturna dianteira, traseira, lateral e nos pedais. Também é essencial usar equipamentos como capacete, luva, joelheira e óculos, e realizar a manutenção da bicicleta, verificando pressão dos pneus e a funcionalidade dos freios.
“Por fim, jamais pedale nas canaletas (exclusivas do transporte coletivo e veículos de emergência) porque elas dão uma falsa sensação de segurança. Prefira usar as ciclovias e ciclofaixas se estiverem disponíveis e esteja sempre atento aos carros parados, pois podem abrir a porta a qualquer momento”.
Semana Nacional de Trânsito
Outras ações relacionadas à segurança e sustentabilidade no trânsito ocorrem esta semana na capital paranaense, devido à Semana Nacional do Trânsito. O evento começou na segunda-feira (19) e segue até o domingo (25), com atividades que estimulam a prevenção de acidentes, o incentivo à intermodalidade e a adoção de tecnologias limpas de transporte, como o teste de ônibus elétricos na cidade e o lançamento do projeto de bicicletas compartilhadas.
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