Apesar do avanço da vacinação, Curitiba voltou a registrar aumento na transmissão do coronavírus nos últimos dias. Desde sexta-feira (6), o número de novos casos diários de Covid-19 na capital está acima de 500. Terça-feira (10), beirou a marca de 600, com 598 transmissões registradas em 24 horas - aumento de 15% em apenas cinco dias, quando foram registrados 517 novos casos na sexta-feira.
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Além disso, terça-feira o número de casos ativos voltou aos patamares de dez dias atrás. Em 31 de julho, a cidade tinha 6.239 pessoas contaminadas, quantidade praticamente igual à registrada no boletim epidemiológico de terça-feira, com 6.227 casos ativos. Com isso, a taxa RT, que mede a transmissão do coronavírus, aumentou 10,4% em uma semana em Curitiba, passando de 1,05 no dia 4 de agosto para 1,16 nesta quarta-feira. Com isso, hoje cada 100 curitibanos infectados podem transmitir a Covid-19 para outros 116. Lembrando que o ideal é que a taxa RT se mantenha abaixo de 1, o que vem sendo alcançado na média nacional
"Infelizmente, o número de novos casos e de casos ativos voltou a crescer e isso realmente nos preocupa", admite a médica infectologista da prefeitura de Curitiba Marion Burger em entrevista ao jornal Bom dia Paraná, da RPC, nesta quarta-feira (10).
Pelo cálculo da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), o registro de casos diários de Covid-19 precisa cair aproximadamente 66,5% para que o quadro fique menos preocupante. "Precisamos diminuir muito mais a circulação do vírus e chegar a pelo menos 200 casos por dia em Curitiba para podermos respirar novamente", avalia Marion.
Segundo a infectologista, o avanço ainda não é suficiente para gerar mudança de bandeira, que vai continuar na amarela (alerta) na reunião do Comitê da Pandemia da prefeitura nesta quarta. Isso porque o impacto no sistema de saúde ainda não é tão grande - a taxa de ocupação dos leitos de UTI de Covid-19 terça ficou em 66%.
Mesmo assim, o aumento da transmissão reforça a importância de a população manter todas as medidas preventivas mesmo com o avanço da vacinação. "A bandeira leva em consideração principalmente a taxa de ocupação dos leitos, portanto dificilmente muda de cor nesta quarta. Mas os cuidados sim têm que mudar de cor. Não se baseiem só em decretos e bandeiras, e sim vocês estamos percebendo dentro de seus círculos de amigos. Tenho certeza que muitos de vocês têm hoje um conhecido adoecido", pede a médica à população.
Variante delta
O apelo das autoridades sanitárias ganha mais força com a circulação da variante delta do coronavírus no Paraná, que por ser mais transmissível pode prolongar a pandemia. "Desde junho a gente sabe que a variante delta está entre nós e precisamos redobrar os cuidados porque esse aumento de casos é resultado da entrada de uma nova variante competindo [com a variante gama, do Amazonas] e transmitindo de forma mais ativa. A diminuição dos casos depende da população", reforça Marion.
A infectologista clama para que a população mantenha o uso de máscara, a higienização das mãos e o distanciamento social para cortar a transmissão do coronavírus. "Todos precisam estar cientes de que só a vacina não vai eliminar a circulação do vírus entre nós", enfatiza a médica, fazendo um alerta em relação ao ano que vem. "Precisamos insistir incansavelmente nos cuidados para que possamos ter um 2022 menos ruim", reforça.
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