De pequeno, só o nome. O Pequeno Cotolengo do Paraná está se tornando um grande complexo de saúde. O espaço beneficente, onde historicamente acontecem os churrascões para arrecadação de recursos, vai se estender a uma nova unidade hospitalar e a instituição foi rebatizada: agora se chama Complexo de Saúde Pequeno Cotolengo.
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Até dois anos atrás, o grupo tinha a função principal de fazer um trabalho de assistência social, com acolhimento permanente de pessoas em estado de abandono ou situação de risco. Para atender a esses pacientes em asilamento, as equipes da instituição se desenvolveram em 18 especialidades médicas. Toda experiência fez com que a direção do Cotolengo enxergasse a necessidade de expandir o espaço de atendimento e também o leque de funções, principalmente na área da saúde.
Hoje, o Cotolengo atende 230 pessoas com múltiplas deficiências e que estavam em situação de risco e vulnerabilidade social. O investimento na nova obra, que termina em março, é de R$ 2.742.939,89. Com esses quase três milhões de reais, haverá 25 novos leitos na nova Unidade Hospitalar São Luís Orione, além dos 31 leitos que já existem na Unidade Hospitalar Santa Terezinha. A ideia é poder receber, cada vez mais, pacientes comuns egressos do SUS que precisem de reabilitação prolongada, e não apenas aqueles que já moram nas dependências da organização.
“Temos um projeto de um novo centro especializado de reabilitação, que permitirá o atendimento ambulatorial a pacientes com necessidade de reabilitação, inclusive, pacientes com sequela de Covid-19”, contou Tiago Kuchnir, diretor técnico do Pequeno Cotolengo. Com a expansão, a capacidade de atendimento será de cerca de 800 pacientes por mês.
Pandemia afetou resultados, mas não impediu crescimento do Cotolengo
Conhecido pelo churrasco mensal e os bazares que arrecadam dinheiro para a instituição, o Pequeno Cotolengo tem nas doações a maior fonte de sustento. “Do governo, nós recebemos também um aporte, mas não é tão significativo como o que vem da sociedade como um todo.”, contou para a Gazeta do Povo o padre Renaldo Lopes, presidente do Cotolengo.
O que vem dos convênios e subvenções do governo estadual e da prefeitura representa 31% da receita atual. Doações de telemarketing, através de conta de luz, água, telefone e boletos, totalizam 32%. Os bazares contribuem com 10% da receita e os outros 27% são doações de empresas e outros projetos. Com a pandemia, os churrascos presenciais não aconteceram com a mesma frequência e isso reduziu a receita temporariamente em 9%.
Nada que atrapalhe o crescimento da instituição. O orçamento do Cotolengo subiu 400% de 2005 a 2021. O custo per capita, por assistido, era de R$ 2.500 mensais e agora está em R$ 11 mil.
O presidente do Cotolengo afirma que quanto mais trabalho é feito por lá, maior a confiança que a sociedade tem no grupo. “O primeiro passo foi profissionalizar nossos funcionários. Outro fator foi a confiança que a comunidade local e a Secretaria Municipal de Saúde tiveram na gente para assumir a área médica”.
Diogo Azevedo, diretor executivo, explicou à Gazeta do Povo que, mesmo sendo uma organização sem fins lucrativos, o Pequeno Cotolengo se sente na obrigação de gerar resultados financeiros. “O lucro é reaplicado nas atividades da organização e melhoria dos nossos processos. Utilizar nossos recursos de forma eficiente e maximizar os resultados é a nossa contrapartida, o nosso respeito aos nossos doadores e parceiros que investem e acreditam na nossa organização”.
A instituição também tem, desde a fundação, o apoio dos padres orionitas como comunidade mantenedora. O Pequeno Cotolengo surgiu na Itália no início do século 20 e chegou em Curitiba em 1965.
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