Descontente com a postura do governo Lula (PT), o deputado estadual Requião Filho deve deixar o Partido dos Trabalhadores na próxima janela partidária e migrar para uma nova sigla ainda não anunciada pelo parlamentar. Pai do deputado, o ex-governador Roberto Requião também demonstra insatisfação com a gestão de Lula e também pode deixar o partido.
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Em entrevista à Gazeta do Povo, Requião Filho criticou a posição do PT após as eleições de 2024 em relação aos assuntos do estado, principalmente na administração da hidrelétrica de Itaipu, na privatização da Companhia Paranaense de Energia (Copel) e nas novas concessões de pedágio. “O governo federal lavou as mãos e está tentando agradar os prefeitos através dos convênios com Itaipu, querendo gastar dinheiro com mídia em Itaipu”, critica.
O deputado afirma que o governo petista tem “negligenciado” o discurso feito no Paraná durante a campanha, que na avaliação dele, mudou em relação ao estado após a vitória de Lula nas urnas. “O governo federal tem tratado muito mal o Paraná. Eles estão agradando políticos com a Itaipu, mas aprovaram o pedágio no Paraná, deixaram vender a Copel sem interferir e ficam passando a mão na cabeça do Juninho [governador Ratinho Junior]”, dispara.
Sobre a postura crítica, ele ressalta que não concorda com o comportamento do governo Lula e deixa claro que pretende continuar se posicionando na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep). “Algumas pessoas do PT dizem que toda e qualquer discussão tem que ser interna. Eu discordo. Somos funcionários públicos e a política é pública. Então, a discussão tem que ser aberta. Se temos as redes sociais e a mídia, isso tem que ser levado [ao público]”, rebate.
Nesta sexta-feira (19), pelas redes sociais, Requião Filho criticou o fim da isenção do Imposto de Renda (IR) para os brasileiros que ganham até dois salários mínimos, que vai ocorrer por causa do aumento do salário mínimo pelo governo Lula, sem a correção da tabela do IR. Com o aumento de 10,16% no salário mínimo em 2024, a renda dos brasileiros que ganham dois salários passou de R$ 2.640 para R$ 2.824, valor que está dentro da faixa salarial com declaração obrigatória.
“Anuncia o novo salário mínimo como uma vitória e não revê a faixa de isenção. Dá com uma mão e tira com a outra e o trabalhador vai receber a mesma coisa se não tiver essa correção”, critica Requião Filho, que defende a isenção até pelo menos cinco salários mínimos. “Arrecadação em cima dos pequenos, não faz sentido. A faixa de isenção tem que ser revista para um patamar condizente com a realidade das pessoas no Brasil.”
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