A Secretaria Municipal de Saúde confirmou, na manhã desta terça-feira, a adoção de novo decreto municipal para atualizar as permissões de funcionamento de estabelecimentos comerciais durante a vigência da bandeira laranja – de alerta para o alto risco de contaminação pelo coronavírus – no município. Assinado pelo prefeito Rafael Greca (DEM), o novo decreto inclui as academias entre os serviços não essenciais autorizados a funcionar sem restrição de horários, com exceção dos domingos. O decreto ainda permite a realização de missas e cultos religiosos, limitando a 30% da capacidade de igrejas ou templos, conforme lei estadual.
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A prefeitura também acabou com a restrição de horário de funcionamento dos restaurantes (anteriormente fixado até às 15h). Agora, restaurantes e lanchonetes podem funcionar de segunda a sábado até às 22h. Depois deste horário e aos domingos, apenas com delivery.
O decreto ainda ampliou o horário de funcionamento do comércio. Liberado para funcionar entre 10h e 16h, todo o comércio da cidade poderá fechar às 18h novamente. Já os supermercados não poderão mais funcionar aos domingos.
A secretária municipal da Saúde, Márcia Huçulak, destaca que se trata de uma proposta que disciplina as atividades, tomando os cuidados necessários para evitar a transmissão da Covid-19. “Buscamos o equilíbrio, para que a cidade possa seguir funcionando, com todos os cuidados com a saúde da população e com o controle do vírus. A efetividade das ações, no entanto, depende muito da colaboração de todos. Temos de fazer parte de um pacto de responsabilidade, entre município, empresários e a sociedade”.
Com o novo decreto, permanecem suspensas as atividades de entretenimento como casas noturnas, cinemas, teatros e circos; bares; parques e praças esportivas; atividades físicas aquáticas e práticas esportivas coletivas; clubes sociais e esportivos.
Em coletiva de imprensa no final da manhã desta terça-feira, Márcia Huçulak refutou o termo flexibilização. "Não estamos flexibilizando nada. Seguimos em bandeira laranja e estamos decretando quarentena nos finais de semana. Fizemos pequenos ajustes entendendo a necessidade de equilíbrio com a cidade. Temos que pensar, também, na geração de emprego e renda. As pessoas estão cansadas, angustiadas e precisamos das pessoas. Não venceremos a pandemia se não tivermos apoio da sociedade", argumentou.
A secretária disse que a prefeitura cogitou a reabertura dos parques, mas voltou atrás depois dos registros de aglomeração do último final de semana. "Queríamos abrir os parques, mas o que foi visto no último final de semana não permitiu. Teve muita aglomeração. A academia é uma atividade individual. Nos parques, infelizmente, as pessoas se encontram, relaxam, não usam máscaras. Isso nos deixou muito preocupados". Questionada como a prefeitura permitiu que os parques lotassem mesmo estando fechados, a secretária reconheceu que o município não tem condições de fiscalizar o cumprimento do decreto. "Acabamos de fazer reunião com Guarda Municipal, Urbanismo, Vigilância Sanitária no sentido da fiscalização, mas, numa cidade com 2 milhões de pessoas, quem amarra as pessoas para não sair de casa em um domingo ensolarado? A Guarda esteve com carro de som, em todos os locais da cidade, e fomos solenemente ignorados. A prefeitura tem atuado, tem multado e tem agido, mas temos nossas limitações", disse.
Huçulak reconheceu que a ocupação de mais de 90% dos leitos de UTI habilitadas para Covid-19 na cidade durante todo o mês de julho é preocupante, mas disse que esse não é o único indicador avaliado para definir as regras de enfrentamento à pandemia. "O pessoal se prende muito na ocupação das UTIs. Temos nove indicadores. Desde 13 de junho a taxa de ocupação já estava no vermelho e isso que nos levou à bandeira laranja. Mas ninguém, das pessoas que faleceram, morreu por falta de assistência ou falta de leito. O que mais nos preocupa e pode nos levar para a bandeira vermelha não é o leito de UTI. Temos que nossa preocupar com os seis indicadores de propagação da doença", afirmou.
A secretária diz trabalhar com a possibilidade de Curitiba atingir o pico da pandemia na próxima semana. "Pelo que vimos dos outros estados, a pandemia teve uma duração de oito semanas. Estamos na nossa sétima semana e estamos caminhando para o final de julho, que é, historicamente, o nosso pico de síndromes respiratórias", disse. "Mas, para isso, precisamos da colaboração da população. Se tiver sintoma respiratório, faça isolamento, assim você evita de contaminar outras pessoas e contem a propagação do vírus. Não vá ao shopping só porque ele está aberto. Se o mercado estiver cheio, não entre. Se não precisa ir à academia, não vá. Mas tem gente que precisa fazer atividade física para sua saúde, por isso decidimos permitir a abertura", concluiu.
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