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Aglomeração de jovens em boate sábado (28) no Batel mesmo com proibição de abertura.
Aglomeração de jovens em boate sábado (28) no Batel mesmo com proibição de abertura.| Foto: Gerson klaina / Tribuna do Paraná

O decreto da bandeira laranja em Curitiba na última sexta-feira (27), com determinação de fechamento de bares e casas noturnas por uma semana para conter o novo avanço da pandemia, fez as denúncias de aglomerações explodirem na Central 156 da prefeitura. Dos 1.207 pedidos de informação e de fiscalização relacionadas à Covid-19 entre sexta-feira e domingo, quase metade foi de denúncias de aglomeração, totalizando 547 solicitações de fiscalização.

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Segundo o secretário municipal de Defesa Social e Trânsito, Guilherme Rangel, pasta responsável pela Guarda Municipal, as denúncias de aglomerações não eram só de baladas e bares. “Teve de tudo. Barzinho lotado, aglomeração de gente na pracinha do bairro, no comércio e, principalmente, festas clandestinas. Quase todas envolvendo jovens”, enfatiza Rangel.

As festas clandestinas, explica o secretário, são divulgadas nas mídias sociais com uma estratégia para tentar burlar a fiscalização. Os organizadores só divulgam o local da festa poucas horas antes de ela acontecer para tentar pegar as autoridades de surpresa. “Por isso monitoramos as mídias sociais o tempo todo para podermos agir”, ressalta o secretário.

Para Rangel, o fato de muitos bares terem aberto mesmo proibidos mostra que muitos comerciantes do ramo não estão preocupados com o quadro atual da pandemia em Curitiba, com leitos de Covid-19 beirando o limite. Segunda-feira (30), a ocupação de UTIs  bateu em 94% na capital, dia em que houve mais um recorde de casos ativos, com 13.829 pessoas infectadas capazes de transmitir o coronavírus na cidade. “Foi um afronta, uma completa falta de bom senso abrir nessas condições”, critica Rangel.

No total, 33 bares e casas noturnas foram fechadas na fiscalização de fim semana, desde botecos na periferia até uma casa noturna de luxo no bairro Batel com 250 pessoas dentro. O secretário de Defesa Social afirma ainda que, nas fiscalizações, muitos guardas municipais e fiscais foram hostilizados por comerciantes e frequentadores, o que fez com que algumas pessoas fossem encaminhadas à delegacia de polícia por desacato e desobediência. “Houve casos completamente absurdos, de a Guarda Municipal e a fiscalização serem recebidas com agressões, xingamentos e até garrafadas e cusparadas”, diz Rangel.

Denúncia

O secretário de Defesa Social orienta a população a continuar denunciando casos de aglomerações pela Central 156, seja por telefone ou aplicativo. Denúncias também podem ser feitas à Polícia Militar pela Central 190 por telefone e também aplicativo.

Mas Rangel faz uma ressalva: que a população tenha bom senso, não denunciando qualquer situação. A prioridade, aponta ele,, deve ser para situações com muitas pessoas. “O ideal é que nossas equipes não sejam chamadas para atender pequenos encontros familiares, como um churrasco com seis, sete pessoas. A gente sabe que mesmo esses pequenos encontros devem ser evitados pelo alto risco de transmissão, mas nesse caso, por ser em residências, só podemos agir com mandato. Por isso pedimos à população bom senso: evite qualquer encontro que possa ter risco de infecção”, pede o secretário.

Além do decreto municipal que proíbe a abertura de bares e casas noturnas, o governo do estado decretou nesta sexta-feira (1.°) toque de recolher em todo o Paraná das 23 horas às 5 horas do dia seguinte para evitar aglomerações e, consequentemente, frear a transmissão do coronavírus.

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