Linha de produção da Renault em São José dos Pinhais| Foto: Albari Rosa/Arquivo/Gazeta do Povo
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Depois de quase 30 dias de paralisação, a greve dos metalúrgicos no complexo industrial da Renault em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba, foi encerrada e as atividades na fábrica foram retomadas nesta semana. Os trabalhadores da Horse, fornecedora de motores para a montadora francesa, também suspenderam a greve. De acordo com a montadora, durante os dias 7 de maio e 4 de junho, 16.384 veículos deixaram de ser produzidos pela unidade.

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Uma sessão do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9), realizada na última terça-feira (4) manteve a liminar que considerou a greve ilegal e abusiva. No acórdão assinado pelo desembargador Marco Antonio Vianna Mansur, a corte também manteve as multas a serem aplicadas à entidade em caso de descumprimento da medida judicial – R$ 100.000 por dia de paralisação, além de mais R$ 100.000 por dia para o caso de obstrução de acesso dos trabalhadores à fábrica.

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Sindicato mudou discurso sobre motivação da greve dos metalúrgicos

A principal alegação do SMC para a deflagração da greve foi a falta de acordo sobre o pagamento da Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e um reajuste salarial para a categoria. Segundo o sindicato, o pagamento foi dividido em duas parcelas, sendo a primeira, de R$ 18 mil, prevista para ser creditada aos metalúrgicos no próximo dia 10. A segunda parcela e a data-base da categoria seguiriam em aberto, sem uma definição de datas e valores.

Mas na audiência mais recente do TRT-9 sobre a paralisação, o SMC mudou o discurso alegando que os fatos que motivaram a greve não se vinculam ao aspecto econômico, e sim à “preservação da saúde e o desprezo quanto à integridade física dos trabalhadores”. De acordo com o sindicato, a jornada de trabalho é estafante, “fica impossível tomar um copo de água e ir ao banheiro”.

Em resposta, a Renault informou à corte trabalhista que a empresa vem reiteradamente sendo reconhecidas pelas boas práticas em relação a saúde e segurança dos seus trabalhadores. A montadora e a fabricante de motores relataram que o prejuízo econômico causado pela greve é incalculável, assim como os danos sociais. A paralisação afetou toda a cadeia de produção, o que de acordo com a Renault causa perdas a inúmeras empresas e trabalhadores.

Em nota enviada à Gazeta do Povo, a montadora afirma que com a manutenção da ilegalidade da greve, as atividades na fábrica foram retomadas na última quarta-feira (5). “Desta forma, a Renault volta às negociações do Acordo Coletivo de Trabalho”, afirmou.

Já o SMC afirmou, em nota publicada em seu site oficial, que a decisão de suspender a greve foi tomada em assembleia após a Renault “acatar a decisão dos trabalhadores e se comprometer a apresentar uma nova proposta”.

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