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Romanelli rechaça debate do pedágio com viés politizado e cobra decisões técnicas para reduzir tarifa
Romanelli rechaça debate do pedágio com viés politizado e cobra decisões técnicas para reduzir tarifa.| Foto: Orlando Kissner/Assembleia Legislativa do Paraná

O resultado do leilão do lote 2 das concessões de rodovias do Paraná desagradou até a base do governo Ratinho Junior (PSD) na Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), principalmente pelo impacto econômico da proposta vencedora do leilão com desconto de apenas 0,08%, feito pela EPR. A proposta única arrematou o lote que inclui o trecho mais estratégico para o setor produtivo: a descida da Serra do Mar, pela BR-277, até o Porto de Paranaguá.

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O deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSD) classificou como “escárnio” a proposta que impõe uma tarifa de R$ 22,30 por veículo de passeio na praça de São José dos Pinhais, considerada ponto-chave para a logística do estado com escoamento da produção. O valor também serve de referência por eixo de caminhão e deve ser reajustado pelo índice da inflação até a cobrança entrar em vigor.

“Todos os mecanismos criados foram frustrados na medida em que não houve aquilo que era esperado. Por que foi chamado o setor privado para se fazer uma função pública? Para ter ganho de eficiência e para que haja, de fato, um resultado. Mas para uma oferta de 0,08% era melhor ter uma empresa de economia mista”, afirmou em entrevista à Gazeta do Povo.

Integrante da base e ex-líder do governo na Assembleia, Romanelli defende o cancelamento do certame na B3, a Bolsa de Valores de São Paulo, e a revisão técnica do edital do lote 2. “O correto seria cancelar esse leilão, fazer uma revisão de todo o processo e rediscutir para os próximos leilões, sob o risco de ficarmos durante 30 anos com um modelo ruim. Quando você está tratando de questões de interesse público, que envolve todos os usuários de rodovias, a gente precisa pensar na questão como um todo. Milagre não tem, obviamente, mas, a gente pode melhorar com discussões técnicas”, avalia.

“A gente sabe que não tem almoço de graça, mas o resultado que a gente esperava desse leilão era desconto. Todo trabalho é pautado com base no interesse público, não estou aqui para atacar ninguém e nem para agradar ninguém também”, acrescenta Romanelli.

Questionado sobre a politização do debate, o deputado lembrou do grupo técnico que foi criado para discutir o novo pedágio com o Instituto de Tecnológico de Transporte e Infraestrutura da Universidade Federal do Paraná (UFPR). “Quem quer levar isso para um debate de situação e oposição ou politizar o pedágio, de fato, não quer discutir o assunto com a responsabilidade que o tema exige. Não me chamem para esse debate, pois queremos discutir à luz da boa técnica e do interesse público”, rebate.

Ele ainda criticou a postergação do leilão por causa das eleições 2022 e os possíveis reflexos junto ao eleitorado no ano passado. Romanelli também fez um alerta sobre os atrasos no lançamento dos próximos editais. “As notas técnicas já deveriam ter sido enviadas ao TCU [Tribunal de Contas da União] e à ANTT [Agência Nacional de Transportes Terrestres]. Nós vamos ter problemas com os novos lotes. Nossa preocupação é que aumentaram o número de praças para toda origem e destino no Paraná. Vai ficar mais caro do que era, mesmo comparado com o antigo pedágio superfaturado”, comenta.

Segundo Romanelli, o tráfego de algumas rodovias do Paraná tem previsão de 70% de aumento, mas a cláusula com recontagem de veículos com bandas mínimas e máximas para os próximos 30 anos, com objetivo de ajustar a tarifa, não foi inserida no contrato apesar da sinalização do governo federal. O crescimento no número de veículos nas praças poderia beneficiar o usuário com tarifa mais justa com equilíbrio econômico-financeiro das operações. “No mundo real, o caminhoneiro vai pagar mais caro para chegar até o Porto de Paranaguá. Não dá para fazer política com oba-oba. O mundo real é preço e custo.”

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