Deputados estaduais com forte base eleitoral na região de Londrina têm criticado a possibilidade de pedágio na PR-445, uma rodovia de 74 quilômetros que liga a Rodovia do Café (BR-376) à segunda maior cidade do Paraná. A inclusão da PR-445 entre as estradas que podem entrar nos lotes das novas concessões rodoviárias – com contratos previstos para vigorar a partir de novembro de 2021 – foi lembrada na primeira reunião da Frente Parlamentar do Pedágio da Assembleia Legislativa, realizada no início deste mês.
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“Quem sai de Londrina e vai para Curitiba já paga cinco pedágios. E seis pedágios até o Porto Paranaguá. Este tema do pedágio na PR-445 já foi alvo de discussão calorosa no passado, no governo do Beto Richa. Isso é uma loucura. Londrina e municípios da região vão pagar de novo a conta?”, protestou o deputado estadual Tercílio Turini (CDN). O deputado estadual Luiz Claudio Romanelli (PSB) faz coro e reforça que, dependendo da localização da praça de pedágio na PR-445, ela pode separar moradores dos distritos, da zona rural, que fica ao sul, da zona urbana de Londrina, ao Norte.
Presidente da Frente Parlamentar do Pedágio, o deputado estadual Arilson Chiorato (PT) afirmou que a inclusão da PR-445 e de outras rodovias no novo modelo de concessões “não está clara para a sociedade” e reforçou que isso precisa passar por audiência pública.
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Até aqui, o governo federal ainda não deu detalhes da proposta que efetivamente deve seguir para consulta pública – o que se conhece é uma versão do projeto de concessões que está sendo feito pelo Ministério da Infraestrutura e que foi apresentada em meados deste ano ao governo paranaense e a algumas entidades. A versão traz a PR-445 dentro do lote 2, que prevê a concessão de um total de 540 quilômetros de extensão, e com 240 quilômetros ainda a duplicar pela vencedora da licitação.
Consultor de infraestrutura da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), João Arthur Möhr disse durante reunião da Frente Parlamentar do Pedágio que não tem informação sobre qual seria o ponto exato da instalação da praça de pedágio na PR-445, e que a localização deve ser observada para não prejudicar moradores da zona rural, mas ponderou que a concessão do trecho pode aumentar a qualidade da estrada, “onde sabemos que tem muitos acidentes”.
O consultor da Fiep defende a concessão da via desde que se pratique “uma tarifa justa” e que a praça de pedágio fique “numa região que não atrapalhe o movimento de ir e vir dos moradores”. “A PR-445, como a 280, a 323, a 092, são rodovias estaduais importantes para o Paraná e a gente sabe da dificuldade que o governo estadual, atual e futuro, terá para fazer obras, em termos de caixa”, argumentou Möhr.
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